Brasão dos Condes Guidi
Fonte: Wikimedia Commons
No post anterior, mostramos as evidências da origem comum dos Cavalcanti e Cavalcante, condição que contempla este redator e fidalgo. Como descendentes dessa ilustre família de Florença, bem se pode dizer que somos herdeiros de um legado sonoroso.
Agora se, conforme eu disse, já faz um tempo que tenho conhecimento da origem da família, por outro lado aquilo de que me dei conta há apenas pouco tempo é o status privilegiado de que gozaram ou poderiam ter gozado os meus antepassados medievais. Sim, pois, se os Cavalcanti já eram grande coisa na república de Florença por serem patrícios e magnatas, traziam no sangue um legado ainda mais chamativo que o de outros nobres de origem mercantil.
Digo isso por que, conforme as informações alistadas pelo pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti, os Cavalcanti são herdeiros de sangue dos condes Guidi, poderosa família da Toscana no século XI. No entanto o que Marcelo Cavalcanti não disse, mas eu estou formulando, é que essa ascendência dá aos Cavalcanti o direito histórico de serem chamados de príncipes.
Como mencionado no post anterior, todos os Cavalcanti e Cavalcante no Brasil são descendentes do mesmo homem, o colono italiano Filippo Cavalcanti, instalado em Pernambuco no século XVI. Pois bem, entre os fatos sobre a genealogia de Filippo elencados no site de Marcelo Cavalcanti está a curiosa informação de que um de seus antepassados, nas gerações mais antigas da família, casou-se com a filha do conde Guido Guerra III, moça com quem teve seus filhos. Portanto Filippo e nós somos também descendentes desse alto casamento. Sim, deve ter sido um alto casamento para o noivo, Gianozzo Cavalcanti, acabar unido com uma família tão mais poderosa e consolidada como eram os Guidi. Como acredito ter dado a entender, os Cavalcanti no século XI eram apenas uma família em escalada social, mais ricos do que nobres, embora, como mencionarei em outra publicação, a lenda familiar lhes atribuísse uma origem tanto ilustre como guerreira.
O fato é que no século XI aconteceu o dito casamento. O pesquisador não deve ter achado a data para esse acontecimento, visto que não a disse. Tudo o que temos é o ano de nascimento do noivo: 1090. E seu apelido: Giannulieto ou Iannis Leti (Iannis Feliz). Deve ter sido bem feliz se era assim bem sucedido como toda essa história dá a entender.
Além disso, sabemos também os nomes de seus descendentes. Seu filho Cavalcante De’ Cavalcanti, nascido em 1120, foi depois cônsul da república de Florença, o que mostra como, mesmo não sendo nobres de um estado tão elevado, a família tinha bastante visibilidade local e um status destacado. Já teriam esse destaque antes? Ou foi a geração dos netos do conde Guido que passou a receber essa distinção?
O que resta demonstrado é que este redator e fidalgo descende também dos condes da família Guidi. É verdade que tal título não continuou em uso nas gerações posteriores da família Cavalcanti, mesmo na Itália. No entanto, em uma postagem futura pretendo demonstrar como ela não só tinha esse direito como continua a tê-lo. De fato, não só tem o direito de chamar-se condes, mas até mesmo príncipes.
Gostou do que leu? Deixe um comentário e interaja conosco. Visite o nosso blog.
Atenciosamente,
Filipe Cavalcante IV
Referência que consultei:
CAVALCANTI, M. B. Genealogia do Felippo Cavalcanti. Disponível em: https://cavalcantis.webs.com/genealogia.htm (Acesso em 09.05.2022)
