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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Uma Rápida Análise do Sistema de Distribuição Física de Produtos no Brasil

Por Que Muitas Empresas Consideram os Transportes Como Custos? Ao Utilizar um Sistema de Transporte de Carga o Que é Necessário Examinar Para Tomar a Melhor Decisão? Por Onde se Transportam as Cargas no Brasil?

O sistema de distribuição de produtos de uma organização – seja um varejo e/ou um atacadista e distribuidor – sempre foi considerada uma operação bem complexa, pois muitas empresas consideram os transportes como “custos” na atividade empresarial.

Após a crise mundial do petróleo, a racionalização desta operação passou a ser vital para a estrutura econômica / financeira das organizações e, a decisão empresarial entre frota própria, leasing ou frota terceirizada, é extremamente complicada.

Afinal, o que é mais rentável para a empresa pode não ser para outra e, por isso mesmo, o responsável deve ser um especialista bem entrosado e conhecedor das demais áreas da corporação.

O sistema rodoviário responde hoje por 70 % a 80 % das cargas movimentadas no País e o grande mal é que seu empresário é o estado. Ele opera apoiado na infraestrutura das quase 9.000 empresas no Brasil, com seus terminais de carga, frotas de apoio, equipamentos de carga e descarga e estrutura de comunicação administrativa.

O deslocamento das cargas é realizado pelos 800.000 veículos das transportadoras ou dos 400.000 carreteiros; estes, trabalhando como subcontratados das organizações.

Ao se utilizar um determinado sistema é necessário examinar algumas particularidades do material a ser transportado e adequá-lo aos equipamentos utilizados pelas empresas, a fim de atingir-se o aproveitamento ótimo dos veículos em sua capacidade (peso e metros cúbicos) e, dessa forma, reduzir o custo operacional e do frete.

Outro fator importante para análise é a decisão das empresas em compras CIF (frete incluído no preço dos produtos), embora a elevação dos custos dos transportes venha pressionando a política de vendas com o objetivo de transferir esse custo ao comprador.

Nas compras FOB (frete não incluído no preço dos produtos), cabe ao comprador estabelecer uma política de transporte que lhe permita manter custos adequados.

Portanto, percebe-se a importância de existir um departamento centralizador dos serviços de transportes utilizados pelas empresas, quando verificamos que quanto mais bem estruturados estiverem, maiores as possibilidades de colocação de produtos em diferentes mercados.

Entretanto, isso não representa somente um custo adicional, mas também um fator relevante na formação do preço final do produto.

No Brasil, tal participação está entre 7 % a 10 % dependendo da mercadoria e, nos EUA e na Europa, poderá situar-se entre 12 % a 30 % – dependendo do nível de sofisticação de tais serviços.

Baseados na premissa de que os custos de distribuição são importantes na criação de mercados para novos produtos, pode-se afirmar que existem três (3) modalidades de fretes:

  • Fretes sobre compra
  • Fretes entre estabelecimentos
  • Fretes sobre vendas.

E esses três fatores devem se compatibilizar com menores prazos de movimentação do produto e com a qualidade no serviço prestado. A principal função do órgão de transporte é otimizar custos, prazo e qualidade no atendimento, pois:

  • Custos: custos superiores às médias de mercado aumentam as dificuldades de concorrência do produto.
  • Prazos: nos casos em que, devido à vida útil do produto ser muito curta, os prazos podem, se estendido seu prazo de entrega, prejudicar vendas futuras.
  • Qualidade: em determinados casos (matérias-primas sofisticadas, por exemplo) pode onerar os custos dos transportes. Um fator primordial para a qualidade é a embalagem.

Desde o carregamento o produto está sujeito a avarias e deterioração devido à própria operação, e, se a embalagem não for correta certamente teremos avarias. Em função do tipo de transporte há necessidade de avaliar os riscos possíveis:

  • Na carga e descarga
  • No percurso e qualidade da estrada.
  • No transporte ferroviário (várias manifestações).
  • No transporte marítimo (movimentos verticais, transversais e longitudinais).

Algumas considerações interessantes

·         A inflação nos últimos anos tornou a distribuição uma questão crucial e, muitos executivos afirmam que são seus custos os detentores de parcelas significantes, na determinação da rentabilidade ou prejuízo de suas empresas.

Houve um crescimento assustador no preço dos fretes, reduzindo-se a segurança e confiança no transporte, pois, devido aos preços as frotas não são renovadas quando necessários.

  • Para os fabricantes de produtos de consumo popular essa situação causou extrema turbulência, já que, para atingir seus mercados o custo de distribuição tornava a venda inviável. E como alternativa, as maiores empresas partiram para frota própria.
  • Durante certo período essa alternativa teve ótimos resultados. Com a inflação crescente e a recessão, a demanda de produtos reduziu-se alarmantemente e o resultado é que a frota das transportadoras ficou ociosa em até 50%.

Como solução, os empresários forneceram descontos substanciais no preço do frete, o que deixou os fabricantes numa situação bastante desfavorável, já que seus custos eram superiores aos fretes cobrados no mercado.

E nessa época observamos várias empresas desativando sua frota e partindo para uma distribuição centralizada, abandonando alguns mercados e contratando transportadoras.

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Julio Cesar S Santos
Professor JULIOhttps://profigestaoblog.wordpress.com/
Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial, especialista em Marketing Estratégico

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