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domingo, 18 de maio de 2025

“ONTEM ACUMULADOS E TERRÍVEIS AMANHAS”.

Imagine tudo que passou e some a tudo que possa vir. Talvez, o que passou tenha deixado marcas profundas na alma, e some-se à isto; o medo de viver o “amanhã”. Não é sem razão, que Jesus em seu sermão do monte, logo no capítulo 6 do Evangelho segundo Mateus transborda em conselhos práticos e mensagens de consolo e vida. No entanto, como tem sido nossa relação com o passado e nossas expectativas quanto ao futuro? “Ontem acumulados e terríveis amanhãs” podem levar pessoas a morte! A dor da alma associada à pouca expectativa de “vida” insere nossas vivências passadas e emudece, nossas expectativas futuras. Não é apenas a natureza que está “gemendo” como afirma, o “Doutor dos Gentios”, no passado um “Saulo” com permissão para prender e lançar na prisão, o que seguiam ás práticas de vida ensinadas por Jesus e depois, o “Paulo” cheio de vida, mas por muitas vezes esteve bem próximo da morte. Isso pode ser observado, de forma pontual e clara, em sua segunda carta aos Coríntios, capítulo 2: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados, perplexos, mas não desanimados, perseguidos mas não desamparados, abatidos mas não destruídos”. (Versículos 8-9). Pense nos “privilégios” humanos de Saulo e nos “privilégios” espirituais de Paulo. É interessante a relação entre o antes e o depois, entre o ontem e o amanhã. Imagine os “Ontem acumulados” e pense no “Terríveis amanhãs”. O “amanhã” reservou coisas espetaculares ao apóstolo, mas também, lhe reservou dias de extrema dificuldade, pois o próprio relato por ele apresentado dava conta do tamanho, das adversidades, contratempos, dificuldades e sofrimentos, vividos na sua própria pele, porém; com uma motivação e objetivação, nunca sentidos, isto é: “sofrer por amor à Cristo”. Na maioria das vezes, sofremos por amor a nós mesmos, e concomitantemente e permanentemente em decorrência de nossas próprias escolhas.

Desta forma, as preocupações são latentes, latejantes e perturbadoras, porém; a natureza dessas preocupações tem origens distintas e diversas, quando a comparamos e nos prendemos aos “Ontem acumulados” e os “Terríveis amanhãs” só quem sofre na própria pele saberá o tamanho de sua dor e só quem vive seus próprios “lutos” existenciais, conhece o agir e o lapidar de Deus. Os “Ontem acumulados” não nos deixam estarmos com o coração voltado para o hoje, e muitas vezes, nos fazem temer os “Terríveis amanhãs”. Paulo vivia o “mal” de cada dia, pois “Basta a cada dia o seu próprio mal”. Jesus orava: “O Pão nosso de cada dia nos dai hoje” não estava preocupado com o pão de ontem e muito menos, ansioso pelo pão de amanhã. Essa oração de Jesus sustentou o Orfanato de Bristol, em que pese; as orações e a fé, de George Mueller. O pão de cada dia fez MOOD, o evangelista, se levantar de madrugada e ir em busca de uma alma, a fim de que sua alma se sentisse alimentada naquele dia. E nós, como temos lidado com o “Ontem acumulados?” O que passou ainda perturba sua alma? ainda tira o seu sono? ainda o impede de olhar fixamente em Jesus? Ou os “Terríveis amanhãs” tem impede de se desvincular ao passado e olhar para a frente, como um discípulo que segue seu Senhor, um pássaro que segue em sua revoada? O que se relata em Eclesiastes, nada mais é; do que uma forma consciente de “esquecer” o passado viver o presente, de maneira a não se apavorar com o futuro, pois basta a cada, o seu mal.

Claudinei Telles
Telles
O autor é mestrando em Educação. Filósofo, Teólogo, Pedagogo, licenciado em Letras, Historiador. Neuropsicopedagogo, Orientador Educacional, Psicopedagogo, Especialista em Ciência da Religião, Especialista em Teologia Bíblica. Atuou como Teólogo (Igreja Batista), além de Professor de Teologia. Também, é autor do Livro: "As Quatro Estações e a Vida Cristã (períodos Ciclicos) Entre eu e Deus. Editora: Autografia, Rio de Janeiro, 2024.

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