
“Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações basta a cada dia, o seu próprio mal”. (Evangelho de Mateus, Capítulo 6, versículo 34). .
Imagine tudo que passou e some a tudo que possa vir. Talvez, o que passou tenha deixado marcas profundas na alma, e some-se à isto; o medo de viver o “amanhã”. Não é sem razão, que Jesus em seu sermão do monte, logo no capítulo 6 do Evangelho segundo Mateus transborda em conselhos práticos e mensagens de consolo e vida. No entanto, como tem sido nossa relação com o passado e nossas expectativas quanto ao futuro? “Ontem acumulados e terríveis amanhãs” podem levar pessoas a morte! A dor da alma associada à pouca expectativa de “vida” insere nossas vivências passadas e emudece, nossas expectativas futuras. Não é apenas a natureza que está “gemendo” como afirma, o “Doutor dos Gentios”, no passado um “Saulo” com permissão para prender e lançar na prisão, o que seguiam ás práticas de vida ensinadas por Jesus e depois, o “Paulo” cheio de vida, mas por muitas vezes esteve bem próximo da morte. Isso pode ser observado, de forma pontual e clara, em sua segunda carta aos Coríntios, capítulo 2: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados, perplexos, mas não desanimados, perseguidos mas não desamparados, abatidos mas não destruídos”. (Versículos 8-9). Pense nos “privilégios” humanos de Saulo e nos “privilégios” espirituais de Paulo. É interessante a relação entre o antes e o depois, entre o ontem e o amanhã. Imagine os “Ontem acumulados” e pense no “Terríveis amanhãs”. O “amanhã” reservou coisas espetaculares ao apóstolo, mas também, lhe reservou dias de extrema dificuldade, pois o próprio relato por ele apresentado dava conta do tamanho, das adversidades, contratempos, dificuldades e sofrimentos, vividos na sua própria pele, porém; com uma motivação e objetivação, nunca sentidos, isto é: “sofrer por amor à Cristo”. Na maioria das vezes, sofremos por amor a nós mesmos, e concomitantemente e permanentemente em decorrência de nossas próprias escolhas.
Desta forma, as preocupações são latentes, latejantes e perturbadoras, porém; a natureza dessas preocupações tem origens distintas e diversas, quando a comparamos e nos prendemos aos “Ontem acumulados” e os “Terríveis amanhãs” só quem sofre na própria pele saberá o tamanho de sua dor e só quem vive seus próprios “lutos” existenciais, conhece o agir e o lapidar de Deus. Os “Ontem acumulados” não nos deixam estarmos com o coração voltado para o hoje, e muitas vezes, nos fazem temer os “Terríveis amanhãs”. Paulo vivia o “mal” de cada dia, pois “Basta a cada dia o seu próprio mal”. Jesus orava: “O Pão nosso de cada dia nos dai hoje” não estava preocupado com o pão de ontem e muito menos, ansioso pelo pão de amanhã. Essa oração de Jesus sustentou o Orfanato de Bristol, em que pese; as orações e a fé, de George Mueller. O pão de cada dia fez MOOD, o evangelista, se levantar de madrugada e ir em busca de uma alma, a fim de que sua alma se sentisse alimentada naquele dia. E nós, como temos lidado com o “Ontem acumulados?” O que passou ainda perturba sua alma? ainda tira o seu sono? ainda o impede de olhar fixamente em Jesus? Ou os “Terríveis amanhãs” tem impede de se desvincular ao passado e olhar para a frente, como um discípulo que segue seu Senhor, um pássaro que segue em sua revoada? O que se relata em Eclesiastes, nada mais é; do que uma forma consciente de “esquecer” o passado viver o presente, de maneira a não se apavorar com o futuro, pois basta a cada, o seu mal.