O filme “A Longa Marcha: Caminhe ou Morra”, lançado nos cinemas brasileiros em 18 de setembro de 2025, é uma adaptação do livro homônimo de Stephen King, dirigido por Francis Lawrence, conhecido pela franquia “Jogos Vorazes”. Disponível em sessões presenciais nas principais redes de cinema, a obra apresenta uma distopia assustadora onde 50 adolescentes são obrigados a participar de uma competição cruel: devem caminhar constantemente sob ameaça de morte a tiros para sobreviver.
A trama centra-se na luta pela resistência física e psicológica dos competidores, especialmente na relação entre Ray Garraty (Cooper Hoffman) e Peter McVries (David Jonsson), que humaniza o enredo. A caminhar sem cessar, com apenas uma margem estreita para erro, o filme mergulha em uma reflexão profunda sobre a desumanização em regimes autoritários e os horrores da competição extrema. A violência gráfica da obra não é gratuita; traduz o desespero e o sacrifício num sistema opressor que manipula o sofrimento alheio para entretenimento e controle social.
Além do suspense e do terror psicológico, “A Longa Marcha” convida uma análise crítica sobre o poder, a solidariedade e o preço da sobrevivência. O final, que difere do livro, traz uma mensagem de resistência e transformação pessoal, onde a liberdade exige sacrifícios contra o autoritarismo, reforçando que o caminho que trilhamos nos define e desafia a nos manter humanos em meio à barbárie.
Nota: 8,5 — Uma adaptação impactante e consistente que traduz bem as complexidades do texto original, provocando reflexões importantes sobre a condição humana, mesmo com algumas escolhas que podem dividir o público quanto ao final.
Para os específicos em distopias que interrogam o papel do indivíduo e da sociedade em contextos violentos, esse filme é imprescindível, especialmente para quem aprecia o universo denso de Stephen King em sua camada mais sombria e filosófica.

