A data de 15 de agosto de 2025 é certamente aquele marco que entra para a história que será contada em livros futuramente.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontra-se com o líder russo, Vladimir Puti, no estado do Alasca, antigo território do império russo e comprado pelos americanos no século XVII, serão traçadas as linhas das áreas de influências americana e russa.
Putin já deu o pontapé inicial na delimitação de sua área de controle político em 24 de fevereiro de 2022, quando o seu exército cruzou as linhas fronteiriças da Ucrânia, utilizando inclusive o seu Estado fantoche da Bielorrússia como base de lançamentos de suas ofensivas militares contra os ucranianos.
Ex-agente da KBG (agência de inteligência soviética), o presidente russo já deixou claro que deseja controlar partes ou mesmo todo o leste europeu, nem que para isso seja necessário utilizar o uso de forças militares.
Os Estados Unidos demoraram começar a entrar no jogo. Somente após o seu segundo mandato, Donald Trump entendeu que é hora de delimitar também a área de influência dos EUA. E ele já iniciou a todo vapor: logo nos primeiros dias de sua segunda gestão: tratar, mesmo que na retórica, de anexar os territórios da Groenlândia e do Canadá (blefe?) e também controlar o Canal do Panamá, alegando influência chinesa na surpreendente obra da engenharia construída pelos americanos nos anos 1900.
Posteriormente, Trump decidiu atacar o Brasil, através da taxação de 50% sobre a maioria dos produtos importados pelos EUA do país canarinho. Depois, sob alegação de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o governo americano decidiu partir para cima da Suprema Corte do país, suspendendo o visto de entrada no território estadunidense de alguns ministros, como, por exemplo, Alexandre de Moraes, ministro relator do processo em que julga Bolsonaro e outros aliados sob tentativa de golpe de Estado e de abolição ao Estado democrático de Direito.
Moraes, inclusive, foi sancionado com a Lei Magnitsky, dispositivo conhecido como “pena de morte financeira internacional”, uma vez que a lei proíbe que bancos e instituições financeiras que operam nos Estados Unidos e que utilizem o dólar faça negócio com pessoas ou grupos sancionados, sob o risco de serem também penalizados com a mesma medida. Outros ministros do Supremo Tribunal Federal também são possíveis alvos da Lei Magnitsky.
O presidente Lula foi claro: sediou a reunião do BRICS em 2025 em solo brasileiro e deixou claro que deseja uma moeda alternativa ao dólar e para Trump ter a moeda americana substituída no comércio mundial seria como “perder uma guerra mundial”. O presidente americano está deixando claro que não deixará que a influência de sua nação seja reduzida ou substituída em qualquer lugar do mundo, sobretudo no continente americano.
Trump, por sua vez, envia tropas militares para a região da América Latina, sob o pretexto de combater os cartéis de drogas que inundam os Estados Unidos com entorpecentes. A presença militar americana na região é algo natural, mas o aumento significativo de tropas também causa alerta nos governos latino-americanos, como o governo Lula, que vê com máxima atenção cada movimento americano nas águas e terras continentais.
Aquilo que está por trás da reunião no Alasca está claro: a Rússia ficará com a sua área de influência no leste europeu, sem se preocupar com tropas da Otan, enquanto os Estados Unidos controla todo o continente americano (queira Lula ou não) desde o próprio Alasca até o sul da Argentina.
A Segunda Guerra Fria estaria oficialmente começando?