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domingo, 3 de agosto de 2025

Cinco cenários prováveis para o Brasil em uma possível Terceira Guerra Mundial

O Brasil é um país conhecido pela sua posição pacífica no que se refere a conflitos que ocorrem no mundo. Durante as guerras mundiais, o país adotou neutralidade nestes conflitos de larga escala, envolvendo-se no último após ser atacado pela Alemanha Nazista, sendo assim obrigado a declarar guerra ao Eixo.

Durante a Guerra Fria (1947-1991), o país verde e amarelo permaneceu na sua zona neutra, não apoiando efetivamente um lado do conflito entre Estados Unidos (capitalistas) e União Soviética (socialistas), o que levou a nação brasileira a fazer parte dos países neutros, o chamado terceiro-mundismo, isso porque os países de Primeiro Mundo eram os americanos e seus aliados, enquanto as nações de Segundo Mundo eram os soviéticos e seus aliados.

Ao termos essas informações como base para a nossa fundamentação, vamos aos cinco prováveis cenários nos quais o nosso país poderá se inserir em uma possível Terceira Guerra Mundial.

Zona de neutralidade

O Brasil é reconhecido pela posição pacífica em conflitos mundiais

Até o momento da produção desta matéria, o Brasil é um dos seletos países que se mantém neutro no conflito Rússia e Ucrânia. Apesar das pressões do bloco ocidental para um posicionamento incisivo do país contra a invasão ao território ucraniano, o Brasil procura manter o seu lado pacifista e o seu governo procura soluções por meio do diálogo e da diplomacia para enfrentar as circunstâncias da guerra na Europa.

Em uma provável escala do conflito, nos primeiros meses, o Brasil continuaria a adotar uma postura de neutralidade, não participando, pelo menos, de forma direta na guerra, podendo subsidiar um dos lados, ou os dois, por meio do seu comércio de combustíveis, matéria-prima e através da sua força máxima, o agronegócio.

Em diversas ocasiões, o Brasil já se posicionou contra a guerra e contra a invasão da Ucrânia pelos russos e do conflito entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, Hezbollah e até mesmo o Irã, demostrando contrariedade inclusive por meio de votações nas Organizações das Nações Unidas, na qual o país foi membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, no biênio 2022-2023.

Portanto, após a eclosão do conflito de escala mundial, o Brasil seria um entre alguns países que manterão a sua neutralidade no conflito, até enquanto lhe fosse conveniente e possível.

Brasil como membro do BRICS

O Brasil é um dos membros do agrupamento de países de mercados emergentes, o BRCIS

O BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul [do inglês: South Africa]) tem como propósito promover a cooperação econômica, política e militar entre os seus membros. Trata-se, na verdade, de um agrupamento de países de mercados emergentes que possuem capacidade de dominarem a economia global em algumas décadas – vide a China -, fazendo assim um contraponto ao bloco do G7 e a própria União Europeia.

Diante do conflito da Ucrânia, visto que um dos membros do BRICS, a Rússia, está envolvida no conflito e a China apoiando diversas das ações de Moscou, em caso de uma eclosão do conflito em escala mundial, caso o Brasil deseje fazer uma aliança com os seus parceiros, estaríamos diante de uma aliança com um enorme poder destrutivo.

O poder militar o BRICS dispõe de: o maior exército do mundo, com mais de 11 milhões de militares, sendo 5 milhões na ativa; maior arsenal nuclear, dispondo de mais de 7 mil armas atômicas, entre bombas convencionais, mísseis intercontinentais, submarinos e ogivas; 21 mil tanques de combates e quase 4 mil aeronaves de combates; entre outros artefatos, veículos e equipamentos de guerra, como fragatas, drones, aviões bombardeiros etc.

Então, caso o país verde e amarelo quisesse aderir ao lado oriental do conflito, não estaria indefeso, mas o caso de uma invasão americana ao seu território se tornaria inevitável, tal qual quase aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.

Tratado Interamericano de Assistência Recíproca

TIAR consiste na defesa recíproca em caso de ataque a algum país no continente americano

O Brasil é signatário do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), que tem, entre seus membros, os Estados Unidos da América, país membro também da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O Tratado entre os países americanos consiste em uma defesa mútua contra ataques de nações de outros continentes. Isso, na teoria, quer dizer que, em caso de um eventual ataque contra qualquer um de seus membros, todos os países devem responder à agressão estrangeira ao continente.

Mais uma vez, na teoria, em caso de um eventual ataque da Rússia aos Estados Unidos, os países do continente do novo mundo deveriam responder o ataque, de forma a participar efetivamente de um conflito contra a nação agressora, o que, em termos concretos, colocariam o Brasil do lado dos Estados Unidos e dos seus aliados da OTAN.

O que vale ser lembrado é que, durante a Guerra da Malvinas (1982), entre a Argentina e o Reino Unido, nenhum país do TIAR, nem mesmo os Estados Unidos, a superpotência, interveio militarmente no conflito, deixando assim os hermanos guerrear sozinhos contra a poderosa marinha britânica, vindo a serem derrotados em semanas.

Formação do eixo Latino-Americano

América Latina, o continente cultural dentro da América (Imagem: Brasil Escola)

A América Latina pode se orgulhar de ser a única região do planeta que jamais fabricou, testou ou armazenou no arsenal de suas nações armas nucleares em seu território – Durante a Crise dos Mísseis em Cuba, os mísseis nucleares pertenciam à União Soviética.

Além disso, as nações desta região do continente americano possuem características que constituem um único povo: cultura, idiomas latinos e religião cristã majoritariamente. Aos nos referirmos aos povos latino-americanos, falamos de uma população com cerca de 586 milhões de habitantes e com forte economia, sendo o Brasil a maior.

Se levarmos em consideração os laços históricos e culturais que os unem, os povos da América Latina, em uma eventual Terceira Guerra Mundial, poderiam, em virtude das circunstâncias, formar um bloco independente em relação aos lados do conflito (Ocidente x Oriente) e se tornar uma liderança global e, consequentemente, uma potência do Terceiro Mundo.

Guerra civil brasileira

Durante as guerras mundiais, algumas nações presenciaram, dentro de seu próprio território, o desenrolar de conflitos civis visando à tomada de poder. Um notório exemplo é o caso da formação da União Soviética que, durante a Primeira Guerra Mundial, sofreu um processo de mudança radical (revolução), liderado pelo líder comunista Vladimir Lenin. As condições do primeiro conflito mundial propiciaram o enfraquecimento da Rússia e a queda do estado Czarista naquele país, o que viria se tornar um Estado opressor, ditador e unitário.

Posteriormente, a União Soviética se tornaria uma superpotência pós-Segunda Guerra Mundial, vindo a rivalizar a hegemonia do mundo com os Estados Unidos, o que levou a divisão bipolar do mundo, a chamada Guerra Fria, em que lados capitalistas e socialistas rivalizavam em todos os setores, desde o científico, militar, cultural, esportivo, entre outros.

O Brasil, apesar de ter tido a sua democracia sabotada ao longo dos anos pelos militares, desde a proclamação da República, nunca passou de fato por uma guerra civil em seu território, vindo a ter conflitos políticos durante a ditadura militar, mas o que não configura propriamente um conflito civil entre grupos armados, declaradamente, pela tomada de poder.

Porém, nos últimos anos, desde as eleições presidenciais de 2018, o Brasil encontra-se dividido entre dois grupos radicais: a direita e a esquerda.

Em virtude da divisão política entre direita e esquerda, o lado dos conservadores não iriam se aliar ao lado vermelho (comunista) da guerra e os progressistas não iriam se juntar ao imperialismo Americano.

Walisson Jonatan de Araújo Maia
Walisson Jonatanhttp://lattes.cnpq.br/8683005938555663
Walisson Jonatan é jornalista, pós-graduado em Ciências Políticas, pós-graduado em Produção de Textos e pós-graduado em Ensino de Literatura pela Faculdade Líbano; graduado em Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); aperfeiçoado em Marketing Digital pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA); possui curso de Introdução à Criação de Sites e Curso Elaboração de Projetos, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima; possui curso de Gêneros Textuais Acadêmico pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul; possui Curso de Acesso à Justiça pela Civics Educação dentre outros cursos na área do jornalismo, educação, informática, estudos literários, noções introdutórias de direito constitucional, discursos e política.

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