Uma análise, ainda que superficial, da história da humanidade já demonstra a importância da leitura desde a necessidade dos primitivos gravarem suas pictografias, passando pela formação das escolas helenísticas e chegando aos momentos atuais de construção do saber. A leitura marcou sua presença de maneira indelével, da sua concepção ao constante desenvolvimento presente na atualidade.
Abordando o tema em um contexto atual verificamos que, mesmo com a presença marcante da tecnologia apresentando uma gigantesca quantidade de informações “novas” a cada segundo, a leitura de livros, ou textos mais longos, também aceitou a transformação tecnológica, digitalizando conteúdos e ilustrando com maior precisão e beleza textos eternos, e promovendo novas publicações recheadas de atrativos além das mágicas palavras redigidas.
Especificamente a literatura infantil mergulhou em uma nova fase, que permite seu despertar com mais facilidade e garantias de atenção entre os pequenos, criando interações com as histórias, antes apenas imaginárias, permitindo a participação do leitor como personagem em games, sites recreativos, portais instrutivos e demais ferramentas de interação direta.
Apesar de todo avanço da humanidade, apesar de termos nas mãos quase toda as bibliotecas de todo o planeta, apesar das facilidades do mundo digital, o contador de histórias não perdeu seu espaço por completo. A velha técnica de apresentar as fábulas de maneira divertida, interpretando, criando vozes, demonstrando expressões faciais, e outros trejeitos impossíveis de serem imitados pelas inteligências artificias, continua espertando as crianças para a leitura. Impossível não buscar o livro físico após ouvir um conto bem contado.
A leitura infantil, da maneira tradicional, perdeu parte de seu espaço, foi substituída e até esquecida por alguns pais ocupados e docentes despreocupados, mas ainda mantem o encanto e a magia que somente a expressão humana pode despertar.
Saulo Semann