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São Paulo
sábado, 16 de novembro de 2024

O lago

Sentado a suas margens

Fico em total silêncio

Como ele, calmo e presente

Olho no espelho refletido na superfície d’água

Vejo você, de cabelos soltos e sorridente

Meu coração estremece, como meus lábios

Quentes como antigamente

Não resisto

Tiro a roupa e mergulho bem fundo

Na esperança de te tocar novamente

A água é fria, como o meu mundo; solitário

Submerso te procuro em vão

Nada encontro; só uma correnteza extremamente fria

Volto à tona, ainda com esperança

De te encontrar neste mundo real

Misterioso, duro, cruel

Mas minha esperança se congela

Paralisada como a superfície deste lago

Que vive sem saída

Aceitando seus limites, imposto por suas margens

Feitas de pedras e terra firme.

Autor:

Jaeder Wiler

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