A mistura de alimentos calóricos com álcool pode influenciar negativamente o organismo como um todo
O período de festas juninas está aí e, com ele, muita comida típica, bebidas alcoólicas e exageros na hora de fazer as escolhas. O menu da temporada traz pratos com alto teor calórico, o que pode fazer mal à saúde. Além das calorias, os alimentos habitualmente ingeridos na festividade podem influenciar negativamente o organismo de outras formas.
O Dr. Gleison Guimarães, especialista em medicina do sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), afirma que um dos problemas está no horário em que nos alimentamos nessas festas, que costumam ser à noite. Um dos riscos é não fazer uma boa digestão e, com isso, atrapalhar o sono.
“Quando ingerimos grande quantidade de alimentos, principalmente os mais calóricos, até três horas antes de dormir, temos mais chances de desenvolver a doença de refluxo gastroesofágico, além da famosa sensação de dispepsia, quer vem acompanhada de acidez no estômago, má digestão e empanzinamento“, pontua o médico, Membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS) ao esclarecer que isso tudo pode acontecer de forma mais frequente, com piora dos sintomas gastrointestinais, que fragmentam o sono.
Se você é daqueles que costuma ingerir bebida alcoólica e acordar com a boca seca no dia seguinte, também vale ascender o sinal de alerta, como explica o médico Ullyanov Toscano.
“Uma das vias de excreção do álcool é pela saliva, por isso o gosto estranho na boca após o consumo de bebidas. Além disso, a ingestão de álcool induz a diurese, podendo levar à desidratação e também ao sintoma de boca seca. Nesses casos, a dica é caprichar na ingestão de água e alimentos leves no dia seguinte”, pontua o médico-cirurgião de cabeça e pescoço da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Se depois de um fim de semana com muito pé-de-moleque, paçoca, canjicas e outras guloseimas gordurosas você acordar com uma espinha, saiba que isso é normal. Comidas festivas podem influenciar negativamente na saúde da sua derme, como comenta a dermatologista Michele Monteiro.
“Pessoas com pré-disposição genética à oleosidade excessiva e à acne tendem a piorar esse quadro consumindo alimentos com leite e com alto índice glicêmico. Ingredientes como leite e açúcar vão influenciar negativamente, estimulando a oleosidade e a formação de comedões, que é a lesão inicial da acne, ou seja, o cravo”, sinaliza a médica Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Outro ponto é que o açúcar e alguns alimentos muito processados aceleram a degradação do colágeno e, consequentemente, o envelhecimento.
“Isso acontece devido ao processo chamado de glicação, onde uma molécula de açúcar vai se juntar a uma molécula de proteína e inativa-la. Quando isso ocorre, essa proteína acaba sendo danosa ao organismo, como se fosse um radical livre”, explica a dermatologista Michele Monteiro.
Para quem enfiou o “pé na jaca” no fim de semana, a nutróloga Karla Confessor dá dicas de como retomar a dieta na segunda-feira.
“Retome de onde parou. É importante voltar a praticar atividade física, mesmo com preguiça, vá. Também volte para a alimentação balanceada, ter foco é fundamental. Nosso corpo nunca vai rejeitar essas atitudes, ele pode ter preguiça, mas a força de vontade tem que ser maior”, finaliza a especialista pós-graduada pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia).
Autora:
Jéssica Leiras
Todo cuidado é pouco… ótimo artigo.