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terça-feira, 30 de abril de 2024

Adeus Romeu

Por diversas vezes parei para escrever algo que fosse significativo o bastante da mesma forma que eu sinto. Então lhes apresento minha bola de pelo, Romeu. Romeu? Isso. Não fui eu quem colocou este nome foi meu irmão, porque enfim o cachorro era dele – chamar o Romeu de cachorro me é estranho – embora seja essa a espécie dele. Um belo dia meu irmão me mostra a foto de um cachorrinho que havia ganhado de uns amigos, era da raça shitzu e estava na cidade de Gurupi-TO.

Quando eu o vi pela primeira vez mesmo que em uma foto eu senti que ele deveria ser meu, daí propus ao meu irmão ir buscá-lo, nisso eles já tinham levado o filhote para cidade de Parauapebas-PA, aí pensei… como ficava mais próximo da cidade que eu morara então eu poderia ir buscá-lo, e assim eu o fiz. Ele chegou tão pequeno na minha vida, e, ao mesmo tempo, tão grande, porque era tão dócil, tão fofo, tão sensível.

Romeu tinha problemas respiratórios, e sempre tinha crises que tínhamos que acalmá-lo. Todas às vezes que tomava vacina era um dengo tão grande, eu e minha mãe sempre estávamos ali para fazer as vontades dele. Quando eu o adotei já tinha uma shitzu a Belinha a quem carinhosamente chamo de ‘minha bela’. Os dois se deram bem de cara, e a Belinha praticamente o adotou, morria de ciúmes dele, o que ela talvez não imaginasse é que eu também (risos).

E este amor que a ele atribuía parecia que de alguma forma ele entendia, o quanto eu não só fiz questão por adotá-lo, eu sempre fiz questão de tê-lo por perto, muito perto. Eu sempre falava que ia criá-lo para ser meu urso de pelúcia, acho que ele entendia porque eu o apertava tanto como se eu quisesse transferir tamanho amor a ele. Impressionante, mas ele não esperneava, não rosnava, ele se encaixava no meu abraço como uma criança abraça um adulto.

Lembro como se fosse nesse instante, todas às vezes que chegava em casa e o portão trancado ele ficava fungando e se agoniava e logo minha mãe já sabia quem ali estava. Ao abrir o portão ele se jogava em meus pés para que eu pudesse acarinhá-lo e não satisfeito sempre levantava as patinhas me pedindo colo. Claro que eu deixava tudo o que tinha nas mãos para fazer suas vontades, afinal era o meu ‘memeu, meu dengo, meu nininho, meu ursinho’.

A época de escrita da minha dissertação de mestrado foi muito tensa e era em meio a pandemia e todas às vezes que eu fechava a porta para estudar ele pedia para abrir para ficar nos meus pés e ali eu brincava com ele, sem perceber o quanto ele queria demonstrar, era como se dissesse “se precisar eu estou aqui”. E por muitas vezes eu precisei e ele ali estava, por vezes cansada, exausta eu parava e o chamava só para abraçá-lo. Se magica ou não eu não sei, mas me tirava a tensão me deixava mais leve.

Ah….. Romeu Fera, adoro um conto de fadas (risos) se mil vidas tivesse, mil vidas te adotaria. São tantos momentos e tantas histórias. Sem falar que ele era um charme, toda a vizinhança o conhecia porque ele era fujão e, também gostavam dele. As crianças da rua faziam festa na hora do passeio com o Romeu, era disputado. Hoje o nosso castelo se encontra vazio, meu ursinho, meu memeu, não se encontra mais lá, foi forte e veio a vida unicamente para ser ‘AMOR’.

Fazem exatos três meses que mudei da minha cidade natal, lá deixei Romeu, lembro do nosso último abraço na minha despedida eu o abracei e falei “a mãe te ama muito” já eu volto. E nos contos de fada há sempre um final feliz, mas não foi assim na história de Romeu e Julieta. Meu Romeu também não está mais aqui, deixou-nos, cumpriu sua belíssima missão de nos dar amor, e assim como os contos de fadas, sua história jamais será esquecido, infelizmente aquele adeus não pude dar…ficam as lembranças de um abraço gostoso e de um ser que veio a vida para nos fazer reviver.

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