Levantamento do IFB aponta 1% de aumento nos gastos em relação a 2019
Mais uma vez, o segmento de alimentação fora do lar teve resultado positivo no Brasil. O estudo CREST, realizado em parceria com o Instituto Foodservice Brasil (IFB) e Mosaiclab, revelou que os níveis pré-pandemia começaram a ser alcançados nos últimos meses de 2022. Os gastos no quarto trimestre do ano passado cresceram 1% em relação ao mesmo período de 2019.
Os dados mostram, ainda, que os consumidores tiveram um gasto de R$ 56,5 bilhões nos últimos três meses do ano, o que representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2021. O ticket médio saltou 8% no período, chegando a R$ 19,27, e o fluxo de visitação nos estabelecimentos aumentou 2%.
As redes de restaurantes ampliaram seu espaço no gasto do setor em relação a unidades independentes e mostram o peso do ticket médio superior, já que representaram 17% do tráfego em 2022, e 23% do gasto.
Para Lucas Roberto, head de marketing do IFB, os números sinalizam uma importante recuperação, com espaço para melhorias. “O setor de foodservice foi um dos mais afetados pelas restrições impostas para conter o avanço da covid-19. Porém, o setor é altamente resiliente e vem comprovando que pode se ressignificar. Não haverá um retorno ao normal, mas sim novos comportamentos e novas expectativas, e os empresários estão se adaptando”, explica ele.
Comportamento
Nesse novo cenário, o índice de penetração no mercado foi de 24% em 2022, ainda 5% menor do que os 29% registrados em 2019. Em relação a 2021, houve aumento de 3%. As refeições noturnas ampliaram seu peso no tráfego do setor, enquanto o almoço segue abaixo de patamares históricos. Finais de semana também ampliaram seu espaço no foodservice, sinalizando que o histórico consumo core tem como desafio não apenas a recuperação, mas também os novos hábitos do consumidor.
Além disso, o delivery e os canais digitais consolidam seu espaço, facilitando a vida dos consumidores, mas pulverizando mais a concorrência. Em 2022, 16% dos pedidos foram feitos por delivery, enquanto esse número era de 9% antes da pandemia. Pedidos feitos exclusivamente via aplicativos cresceram mais de 1.000% em relação a 2016, e já são o dobro do pré-pandemia.
“Agora, a meta é trazer de volta antigos clientes e atrair novos, dentro da nova dinâmica de consumo. Observamos uma nova configuração, com novos desafios para o foodservice, mas, acima de tudo, vemos a capacidade de adaptação e reinvenção do segmento”, finaliza Lucas.
Autora:
Camila Valadares