Que o exercício físico é muito importante para a promoção de saúde todos já sabem, mas você sabia que ele também tem grande importância na prevenção da osteoporose, além do atraso ou desaceleração na diminuição da massa óssea normalmente observada com o avançar da idade?
A osteoporose é uma doença com maior prevalência em mulheres e costuma ocorrer principalmente após a menopausa quando os níveis hormonais sofrem queda.
É uma doença que chega junto com o envelhecimento na maioria das vezes. Os homens também são acometidos pela doença, porém com menor prevalência.
A osteoporose pode ser explicada por uma descompensação no sistema normal de remodelação óssea. Ao longo dos anos, se adaptando às diferentes demandas do corpo humano, os ossos passam continuamente por esse processo em que pequenas áreas do tecido ósseo são removidas e tecido ósseo novo é depositado.
Quando estamos em formação, mais tecido ósseo é depositado e menos tecido é removido e portanto os ossos crescem e se tornam mais densos e fortes com o tempo.
A remodelação óssea ocorre nessa proporção até por volta dos 30 anos de idade e depois disso a razão se inverte e mais tecido é removido do que depositado.
A osteoporose é justamente quando ocorre um aumento fora do normal na remoção desse tecido ósseo, além do esperado com o avançar da idade, até o ponto em que os ossos começam a ficar tão fracos que se fraturam.
Como pudemos ver, até aquelas pessoas que não têm osteoporose passam por um processo normal do envelhecimento em que há perda de densidade óssea e portanto o exercício físico se torna um aliado para pessoas com os ossos saudáveis ou não.
Durante o exercício físico, ocorre uma resposta biológica ao estímulo mecânico em que há ativação dos canais iônicos, principalmente os de cálcio e potássio, induzindo fluxo iônico nas células ósseas e gerando alteração na membrana da celular, podendo ser de hiperpolarização que está associada à osteogênese que é a formação de novo tecido ósseo.
É importante que o exercício físico seja com sobrecarga de peso e de intensidade mais alta para que esse efeito ocorra nos ossos.
Atividades físicas como caminhada por exemplo, muito utilizada principalmente por pessoas idosas, infelizmente não são suficientes para que ocorra o efeito de diminuição da perda de densidade óssea e portanto, devem ser associados aos exercícios de força como musculação e pilates por exemplo.
Vale lembrar que a formação óssea não está associada apenas ao exercício físico. O processo de formação óssea é complexo e inclui a ingestão de cálcio na alimentação ou por suplementos, quando há indicação para o uso, absorção desse cálcio pelos ossos, que é modulada por hormônios, absorção de vitamina D pela exposição ao sol e também na alimentação. Uma infância e juventude saudáveis e em atividade física com sobrecarga de peso também colaboram para uma velhice mais funcional, uma vez que os ossos são formados e fortalecidos principalmente até os 30 anos de idade em média.
Uma pessoa que chega à idade natural de perda óssea com ossos mais fortes, começa a sentir mais tarde os seus efeitos no dia a dia.
Em qualquer idade, é importante dar atenção aos exercícios de fortalecimento, sempre com o acompanhamento e/ou orientação de um profissional da área para garantir ossos fortes e saudáveis, além de prevenir a diminuição de densidade óssea e ajudar no tratamento da osteoporose.
Não menos importante é a ingestão adequada de cálcio e vitamina D além de certificar que os hormônios estão em níveis adequados. Com tudo isso alinhado, o exercício de fortalecimento vem como peça importante para que o cálcio entre nos ossos para a manutenção de sua densidade e portanto força.
Autora: Dra. Gabriela Dellisola Caldeira Castelini é Fisioterapeuta graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e membro da Associação Brasileira de Fisioterapia e da Sociedade Brasileira de Fisiologia. Ex Atleta Profissional de natação. Perita Judicial do Tribunal de justiça do Estado de São Paulo. Profesora de Pilates de Hidroterapia.
