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domingo, 16 de junho de 2024

Genealogia da folia

Genealogia da folia

Ah, o Carnaval! Esta época mágica de festas, confete, ressacas e DSTs se aproxima. Mas antes mesmo que a humanidade pudesse sofrer com a existência das caixas de som, celebrações de cunho carnavalesco já ocorriam em sociedades antigas, como Roma, Grécia e a Mesopotâmia como um momento onde as pessoas pudessem se livrar das amarras da moral e lógica e viver num mundo invertido ( Entre os gregos, isso significava que uma vez por ano podiam sair das orgias, falar sentenças compreensíveis e beijar na boca). Entretanto, com a ascensão do cristianismo, tais festas precisavam de alguns limites. Logo, o período da quaresma ocorre após o Carnaval, para proteger a moralidade e a mercadoria.
-É pecado, eu sei. Mas por favor. Meus filhos passam fome.
-Eu já disse que não irei vender nada na quaresma. E mesmo que quisesse, não tenho como: Saiu tudo na “festa da carne”.
Pulando uns 400 anos no mínimo, o Carnaval no Brasil foi importado dos portugueses sem muitas alterações a início. A início, pois desde a independência até a proclamação da República, houve uma prática parecida com a Segunda-Molhada da Polônia, onde as pessoas molham umas as outras como pegadinha. No Brasil o objetivo vai além de dar um caldo em alguém. O Entrudo consistia em tentar banhar uma pessoa em qualquer coisa malcheirosa e escrota que seja minimamente líquida, como água suja, lama e urina. Para substituir a prática do Entrudo, as elites passam a introduzir a antiga tradição dos bailes de máscara, que deveriam servir para reforçar o aspecto de inversão de valores com o anonimato, isto é, se uma simples máscara fosse capaz de esconder alguma identidade. Em entrevista, o jornalista Clark Kant, diz que prefere retirar os óculos.
Elementos da cultura brasileira vão se incorporando ao Carnaval, como o samba e o axé. O primeiro trio-elétrico era apenas um caminhão que desfilou com uma escola de samba, o que é uma hipocrisia, pois o caminhão era um só e movido a gasolina.
Por fim, o Carnaval é atualmente um dos símbolos da cultura brasileira internacionalmente e nacionalmente uma mistura de vexame com encanto. Espero que tenham um bom carnaval e, se nasceu em novembro ou não, não se esqueça de usar o preservativo.

Leonardo Resende Costa
Leonardo Resende Costa
Estudante, desocupado, cronista e Redator da Halo Project Brasil. Sobretudo, um amador.

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