Todo final ou início de ano são divulgadas uma série de listas, algumas das curiosas: gol mais bonito, atleta do ano, melhor cantor, melhor álbum, música, livro, filme, carro do ano e por aí vai. Todo ano também é escolhida “a palavra do ano”, verbete novo mais citado e que se incorporou ao vocabulário.
Em 2021, os editores do Oxford English Dictionary elegeram VAX, abreviação da palavra vacina, como a palavra do ano. Muito justo! Só se falava em vacina. Fake News, Pós Verdade, Selfie, também já foram escolhidas “palavra do ano”.
No Bar do Bolão, alguns amigos desde a infância discutiam o assunto quando alguém lembrou dos xingamentos. Alfredo defendeu que assim como a palavra do ano, o alvo dos xingamentos do povo também muda. A mídia deveria escolher o xingamento do ano e o mais xingado do ano, o campeão de ofensas. E tem de mudar mesmo – falou Odilon, se não sobra sempre para a mesma pessoa.
Jaime lembrou que desde a antiguidade a pessoa mais citada em xingamentos é a mãe. Tremenda injustiça! O cara quer ofender alguém e sobra para a mãe do desafeto, que nada tem a ver com as atitudes do filho. Pobres das mães de juiz de futebol, motorista barbeiro, ministro de tribunal, político, motoboy.
Após mais uma rodada de chope, o grupo lembrou alguns alvos de xingamento não são pessoas, mas coisas: TV CCE, Windows 95, Windows ME, Windows Vista, qualquer versão do Windows; Fiat Marea 1.6 Turbo, carro a álcool no inverno, açucareiro que não solta o açúcar ou solta tudo de uma vez e faz o café transbordar, Viagra genérico em promoção, etc. A lista é longa e todo mundo já xingou essas coisas pelo menos uma vez na vida.
Luiz disse que com a proliferação do home office, o alvo no principal no último ano não foi uma pessoa ou objeto, mas sim um recurso do celular: o Corretor Ortográfico. Às vezes ele parece ter vida própria e cria confusão para todo mundo: pais e filhos, marido, mulher e amante, patrão e empregado, amigos, clientes, grupos de WhatsApp etc. Quem nunca foi sacaneado pelo Corretor? Você digita uma coisa e o maldito escreve outra, bem diferente. Quem recebe a mensagem e se sente ofendido, responde com desaforo maior e ninguém sabe que o causador da briga foi o maldito corretor.
Otávio relatou uma tremenda treta que teve com a esposa por causa do corretor. Ontem, quando percebeu que ia chegar tarde em casa, mandou mensagem para Alberta para amansar a fera, mas deu tudo errado por culpa do corretor. Ele leu a troca de mensagens para os amigos:
- Amor, melhorou da enxaqueca?
- Um pouco, mas tudo o que quero no momento é o CURA.
- Você nem é católica. Por que quer um padre?
- Você bebeu? Quem falou em padre?
- Você escreveu O CURA, ANALFABETA, Cura significa padre.
- Analfabeto é você, OTÁRIO. Desculpe, digitei Otávio e o corretor trocou para OTÁRIO.
- E eu digitei Alberta e saiu ANALFABETA.
- É esse maldito corretor. Digitei a cura, do verbo curar, sarar. E aí? Já arrumou emprego?
- Um amigo prometeu uma vaga no mercado PORNOGRÁFICO.
- O quê? Vai virar ator pornô? Com esse seu desempenho ridículo? KKK. Vai morrer de fome!
- Ator pornô? Quem disse isso? Ah! Droga! Digitei FONOGRÁFICO e saiu PORNOGRÁFICO. Essa CORRETORA está me causando dor de cabeça.
- Corretora? Você está tendo um caso com a minha amiga?
- Que amiga?
- A Cacilda, Corretora de Seguros. Como “já foi boa”? Então você já testou?
- Droga. Escrevi “Corretor” e o infeliz mudou para “CORRETORA”. Não dou a mínima prá sua amiga Cacilda, que aliás é muito PESADA.
- Pesada? Então ela já esteve em cima de você? Seu asqueroso!
- Eu escrevi “Lesada”. Juro que ainda descubro quem é mãe do cara que inventou o corretor ortográfico. Tá fazendo o que?
- Fui na obra pegar um PEDREIRO e agora estou no sofá com o LAVRADOR.
- Sua vagaba. E ainda tem coragem de insinuar que eu e a Cacilda….
- Droga de corretor. Escrevi “Peneira” e “Labrador”. Fui na obra pegar uma peneira emprestada e estou com nosso cachorro Labrador no sofá, vendo TV.
- Vamos parar com as mensagens se não a gente acaba brigando.
- Tá bom. Você vem logo prá casa? Vai querer comer o quê?
- Vou demorar. Tô louco por uma CACHORRA CALIENTE.
- Ah, seu CANALHÃO!
- Caramba! Eu escrevi “Cachorro Quente”.
- E eu digitei “Garanhão”! Mas concordo com o corretor: Canalhão! É isso o que você é. E não me acorda! Nem vem que não tem.
- Tá bão. Eu me viro com uma PIRANHA no DRIVE-IN.
- Piranha? Drive-in? Se vier para casa você está FEDIDO.
- Digitei “Picanha” no “Drive Thru”. Maldito corretor!
- Eu também digitei outra coisa. Foi mal. Vê se não demora. Beijo!
- É o que dá digitar às pressas sem se preocupar com RECLUSÃO. Opa, saiu errado. Não é RECLUSÃO. É REVISÃO. Maldito corretor!
Após o relato de Otávio, todos os amigos pesquisaram no Google: “Quem inventou o corretor ortográfico e qual o nome de sua mãe.
Muito bom!
Agradeço, Dino, pelo comentário. Publico toda sexta, após 10h. Abraço.
excelente e oportuna matéria.
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Obrigado Alberto por seu comentário. Publico todas as sextas, após 10h. Abs.
Kkkkkkkk ainda quero saber o nome da mãe de quem inventou o corretor ortográfico … Muito bom ?
Obrigado pelo comentário Lilia. Quem descobrir o nome da mãe do criador conta para o outro. Combinado? KKK. Publico todas as sextas, 10h. Nesta sexta, Patty Hinganar dá dicas de investimentos para 2023. Não perca! Abraço.