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quinta-feira, 25 de abril de 2024

A Bíblia. A Religião e a Teologia: Todos À La Carte.

“Não Façais da Casa de Meu Pai, casa de negócios”. eVANGELHO DE JO. 2.16.

JOÃO 2.16.

Caso Jesus vivesse em forma corpórea nos dias de hoje, se espantaria com o mercantilismo religioso de nossa época. Se indignaria, diante do barateamento e superficialidade das “Teologias” fruto do modernismo religioso, e não se calaria, diante do “Biblicismo” sem Palavra. É triste dizer, mas: A Bíblia, A Religião e a Teologia estão sendo transformadas em “moedas de troca” em que pese, as diferenças específicas que separam o período do primeiro Século aos dias de hoje, em pleno Século XXI.

QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!

“Não façais da casa de meu Pai, casa de negócios” A indignação de Jesus, se interpõem a nossa pelo tempo, porém não nos causa estranheza, ao ser comparada a nossa realidade religiosa. ” À Lá Carte” é uma expressão francesa cujo significado traduz: diz-se do serviço oferecido em restaurante, em que o cliente dispõem de uma lista de pratos e seus respectivos preços, ou seja; o “Menu e o Cardápio” uma vez, que todas essas expressões apontam para o cliente, quando não aos pratos oferecidos e seus preços, respectivamente. Neste sentido, qualquer semelhança, com o que se passou a fazer, com a Bíblia, a Religião e a Teologia, não são mera coincidências. Como os “Menus e Cardápios” em restaurantes, no âmbito da religião, muita coisa tem sido posta, sobre a mesa religiosa.

QUANTIDADE NUNCA FOI SINÔNIMO DE QUALIDADE. “portanto, muitos são chamados, mas pouco os escolhidos”. (Mateus 22:14).

Quantidade, nunca foi sinônimo de qualidade, ainda mais; quando se trata de religião. A Revista Forbes que o diga! Os produtos Gospel refletem um mercado em plena expansão, onde seu crescimento é sinônimo de cifras e valores expressivos. Ao mencionarmos a Bíblia, A Religião e a Teologia, como “produtos” Á Lá Carte apontamos apenas o grande comércio que se transformou, e/ou transformaram a Religião, pois em nome de Deus, ditos homens de deus mercantilizam a fé, não diferentemente dos cambistas expulsos por Jesus do Templo. Várias traduções da Bíblia surgiram nos últimos tempos, e isto; não apenas porque se pensava levar o conhecimento bíblico a um maior número de pessoas, mas principalmente, porque transformaram a Bíblia em um grande negócio. É tanta tradução e interpretação, que muitas vezes ao invés de trazer luz àqueles que as tem acabam confundindo os menos avisados. Também cabe salientar, o surgimento de tantas “Teologias” como nos dias de hoje. ” Tenham cuidado para que ninguém os escravize a Filosofias (Teologias) vãs e enganosas que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo” (Col. 2;08). Interessante observar que aqui é o único versículo bíblico que faz menção da palavra Filosofia.

TEOLOGIA DA “PROSPERIDADE” UMA VISÃO ENGANOSA DA VERDADE.

Ninguém é pobre por opção. Contudo, ser pobre não é sinônimo de pobreza, nem riqueza é sinônimo de prosperidade. Pois, a tão aclamada “Teologia da Prosperidade” é uma ilusão de óptica, uma ilusão, um tipo de ilusionismo teológico do Século XX. Igrejas principalmente provindas do Neopentecostalísmo Moderno atribuem a prosperidade uma característica essencial do sentido de ser “evangélico”, “crente”. Onde se diz que ser pobre não condiz á natureza do cristão. Agora, como encarar o fato, de que; a maioria esmagadora dos escolhidos por Jesus a proclamar suas novas do Evangelho, bem como; os que foram feitos cristãos, na maioria eram pessoas de poucas posses? Essa prosperidade se distancia da prosperidade coerente ao sentido de viver uma vida para a glória de Deus, cuja prosperidade pode redundar em bênçãos financeiras e materiais, contudo; Jesus nunca tenha transformado nascimento espiritual com prosperidade material. Igrejas multifacetadas do ponto de vista teológico-religioso, abundam – se em declarações não bíblicas, cujo princípio de prosperar, se dê, na mais ampla forma de ter, quando Jesus lançou todas as bases de seus ensinamentos, a forma mais límpida e transformadora do ser. Ter não é sinônimo de ser, e nem ser poderá se traduzir sinteticamente em ter. Jesus era, mas não tinha. Seus discípulos, na maioria eram sem ter.

QUANTO MAIS RELIGIÃO, MENOS ESPIRITUALIDADE. “Buscai as coisas do alto, onde Cristo vive…”. (Col.3:01).

As pessoas confundem fé com Religião, assim como confundem espiritualismo com espiritualidade. Ser espiritual e muito diferente de ser religioso. A Religião é coisa deste mundo, a espiritualidade nasce e se sustenta, na relação transcendente entre o Pai e o Filho. Como a relação cristã calcada na espiritualidade se traduz na relação pessoal com Deus. Nada tem a ver com sincretismo religioso, nada se parece com dogmatismo religioso e nunca se traduz, na busca de dogmas e doutrinas criadas pelos homens.

CONCLUINDO:

Não é mais novidade alguma, as histerias ‘espirituais’, o leilão á portas abertas, numa nítida sincronia entre o que se necessita, diante daquilo e daquele que oferece. Neste contexto religioso, longe da verdadeira espiritualidade, se junta á fome de quem busca com a vontade de comer. Hoje, entrar em algumas igrejas, pouco difere de entrar em um centro espírita, pois, muitos jargões usados em ambos os ambientes, se locupletam, apenas para servir de exemplo, ‘Tá amarrado’, eu nunca vi Jesus ‘amarrar’, porque, Jesus sempre libertou, pois ‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’. Há um sem número de cursos de Teologia, onde o cliente escolhe o prato desejado. Paga o preço mais acessível, e se torna um ‘analfabeto teológico funcional, aumentando o número e decrescendo a qualidade, cujo efeito cascata será visto na vida prática, e/ou; na Teologia prática da igreja.

Quanto a Religião, é pouco necessário dizer, pois quanto mais religião, menos espiritualidade, e quanto mais religiosidade, mais dogmatismo moral – religioso. Que Deus nos livre dos cambistas da religião e nos dê a luz necessária, pois só assim, veremos o que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, mas; enxergaremos e obteremos, aquilo que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Esses “Menus”, “Cardápios” e “pratos”, nunca fizeram parte do saber teológico de Jesus, muito menos, de sua bagagem e práticas espirituais. Que Deus nos dê a direção certa a fim de que, não sejamos engodados e nos alimentemos, desses “Menus” e “Cardápios” indigestos, fruto da ganância e desejo desenfreado do “ter”, porque, quanto mais a Igreja tem, mais tem deixado ela de “ser”. Reflita!

Por: Claudinei Telles.

Claudinei Telles
Telles
O autor é Mestrando em Ciências Educacionais (UNIVERSIDADE LEONARDO DAVINCI - PY). Bacharel em Teologia. (Faculdade Teológica Sul americana - FTSA). Licenciado em: Filosofia, Teologia, História e Pedagogia. E especialista em: Orientação Educacional, Teologia Bíblica, Ciência da Religião e Neuropsicopedagogia. Atuou por alguns anos, no Ministério Pastoral, Ensino de Teologia e Educação secular, nos níveis Fundamental e Médio.

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