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sábado, 11 de maio de 2024

Reforma agrária no Ceará: a luta do MSTcontra a nova ameaça radioativa no sertão central

Este artigo observa como objetivo discutir a Reforma Agrária no Ceará e as causas atuais de defesa da agroecologia no estado sob a ameaça crescente de projetos destinados a mineração de Urânio no sertão central cearense. O Sertão de Canindé, fortemente munido da presença da Igreja Católica e dos movimentos sociais remanescentes da capital, tomou o protagonismo dentro da pauta de reforma agrária no Ceará. Sendo então, os primeiros assentamentos e ocupações do estado, trazendo consigo os ares da possível exoneração do modelo agroindustrial para o agroecológico. Enquanto os conflitos ardiam na zona rural e urbana de Canindé e Santa Quitéria, os demais latifúndios pelo Ceará já se preparavam para possíveis ocupações, criando um ar de histeria pré-revolucionária nos grandes proprietários. Em Fortaleza a elite herdeira das propriedades no sertão também cumpria a função de desmobilizar, deturpar e criminalizar a luta camponesa e dos movimentos sociais através da imprensa. A violência também teve posição de destaque no palco dos conflitos entre camponeses e latifundiários, sendo um banho de sangue e pólvora, casos de extrema violência e perseguição não eram incomuns nos assentamentos com famílias inteiras lutando por sobrevivência. No contexto sociopolítico contemporâneo, a Reforma Agrária vem sendo fortemente debatida principalmente entre os mais jovens que desejam novos modelos de produção e uma perspectiva não destrutiva do solo, projeção que está diretamente ligada ao modelo de educação promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Desde 2004 o Ceará discute sobre a reabertura da jazida de urânio de Itataia, em Santa Quitéria, na sub-região dos Sertões de Canindé; com movimentos ambientais e sociais se opondo diretamente ao projeto de exploração sob inúmeras justificativas de destruição da biodiversidade, apagamento das culturas e das comunidades da região nas quais a presença dos assentamentos da reforma agrária que são tão recorrentes assim como quilombolas, povos de terreiro e indígenas.

Palavras-chave: Reforma agrária; Agroecologia; Latifúndios; Urânio; Conflitos.

Autor:

Paulo Ricardo Dias

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