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domingo, 17 de novembro de 2024

A alienação cultural e social brasileira sob a égide do Big Brother Tupiniquim

Em pleno caos pandêmico, um país atolado e com altos índices de desemprego, uma nação faminta, revirando lixo e satisfeita com pedaços de ossos, um povo envolto na ignorância, grandes conglomerados televisivos, exploram sua gente ávida de qualquer senso crítico, dando-lhes uma passagem a ilusão desacerbada, e diariamente está no ar, uma lisergia brasileira. Como dizia Friedrich Nietzsche “As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”.

Como um falso pretexto de um programa para a família brasileira, uma concessionária pública presta um desserviço à população em busca do capital. Não há pudor, cenas de lasciva vão ao ar em pleno horário nobre com a conivência de toda uma diretoria. O que aconteceu com os valores cívicos e morais da sociedade? Onde foi parar o discernimento do bom e do ruim? Talvez comece a fazer maior sentido a frase de Nicolau Maquiavel… “Um povo corrompido que atinge a liberdade tem maior dificuldade em mantê-la.”

Como no Brasil nada se cria tudo se copia, o famigerado programa reúne uma caterva, uma malta de pessoas que priorizam uma vida virtual e completamente  fútil, a se expor em troca de dinheiro e uma pseudo fama! Indivíduos que não deram certo em nada na vida, pessoas que se expressam com enorme dificuldade em linguagem escrita ou falada, coitados que são chamados para animar a corte e não se dão conta, mas tudo em troca dos holofotes. Os diálogos na “casa” são pífios, tolos, para não dizer ridículos, só se fala em estratégia, em como eliminar seu concorrente, é peremptório que nada sabem sobre estratégias, são verdadeiros fantoches, proletariados fazendo com que os donos do capital aumentem mais e mais seu patrimônio. Neste contexto, não posso deixar de citar Karl Marx com a celebre frase “A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas.”

Fazendo um paralelo, os telespectadores parecem entrar nesta casa de forma lisérgica, se projetam para um mundo imaginário onde a opulência parece natural em um mundo que não existe o amanhã.

Segundo o pastor Caio Fábio, “Há uma pedagogia profundamente corruptora do ponto de vista da saúde mental, psicológica, e da atitude de caráter das pessoas. Quando o indivíduo começa a viver a vida a partir de estratégias, algo começa a diluir em seu caráter”.

Vivemos a falência visceral da cultura brasileira, há mais de vinte anos, este programa dilacera o senso crítico do povo, dentro da casa, um estudando o outro, nada é sincero, brigas, provocações e temas são escolhidos para alienar o público, uma completa lavagem cerebral, fazendo com que pessoas sofram o impacto da eliminação de um ou do outro, o cidadão deixa seus afazeres escolares, profissionais ou do lar, para poder opinar num circo que cobra uma fortuna de seus patrocinadores. Parafraseando Thomas Hobbes, “A natureza da guerra, são todos contra todos”.

É elementar que ajam elementos coercitivos para que se perpetue a atração no ar, precisamos separar o que é inteligência e cultura, mesmo com os trabalhos memoráveis de Jean Piaget e o que a ciência hodierna possa afirmar sobre o Quociente de Inteligência (Q.I), depende de uma arrumação cromossomial específica que se desenvolve até os quinze e dezesseis anos dependendo de condições ambientais, estímulos e alimentação rica em proteínas, já a cultura significa preparo que o indivíduo adquire durante a vida, elementos escassos para a maioria da população brasileira. Neste contexto, o crucial seria introjetar nos indivíduos, a filosofia do “martelo” de Nietzsche, desconstruindo toda esta dependência cultural imposta ao povo.

José Ruiz Watzeck
José Ruiz Watzeckhttps://escolassempatria.blogspot.com/
Jornalista, Escritor, Autor, Físico, Geógrafo, Matemático, Historiador, Professor Universitário, Neuropsicopedagogo, Especialista em Docência do Ensino Superior, Pós graduado em Auditoria, Gestão e Licenciamento Ambiental, Pós graduado em Geoprocessamentos e Georreferenciamentos, Pedagogo, especialista em Astronomia e Astrofísica.

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