Líderes mundiais vão se reunir de 31 de outubro a 12 de novembro, deste ano, na Escócia, para discutir novos compromissos com o objetivo de mitigar as mudanças climáticas.
Segundo alguns pensamentos, a Terra está aquecendo por causa da emissão de combustíveis fósseis pela ação humana. Eventos climáticos extremos, ligados às mudanças climáticas, como ondas de calor, alagamentos e incêndios florestais, estão se intensificando a cada ano, a cada década. Um exemplo de efeitos antropogênicos são os climas urbanos. O ser humano foi mudando a paisagem de determinados lugares, criando as cidades, modificando esses espaços. Ao retirar a vegetação, ocupar as margens dos rios, construir prédios e asfaltar as ruas e avenidas, esses ambientes sofreram danos quase que irreversíveis. (Não são irreversíveis, pois a natureza é resiliente!) Apareceram assim as poluições hídricas, sonoras, atmosféricas, provocando danos a população dessas áreas, ou seja, dessas cidades. O clima também mudou! A Inglaterra (Londres), durante o início da era industrial, com a necessidade de energia, para mover suas máquinas fabris, utilizou o carvão. Sabe-se atualmente que o carvão é altamente maléfico para a atmosfera que respiramos. Associado ao smog presente na atmosfera londrinense, esse componente novo na atmosfera (o carvão), provocou danos desconhecidos, resultando em um ar difícil de respirar. Resultado: muitas mortes da população local!
Essa discussão sobre aquecimento antropogênico predomina no meio científico. Não há uma concordância plena que o homem seja o responsável pelo aquecimento global! Mesmo assim é inquestionável que muito de errado temos feito em relação ao meio ambiente do nosso planeta. Nosso modelo econômico é perverso e explora os recursos naturais de maneira avassaladora. Não é alarmismo! A natureza tem sinalizado com respostas contundentes! Devemos observar que os rios brasileiros estão diminuindo suas vazões; temos as tempestades de areia que começaram a mostrar algo de errado na dinâmica climática em algumas regiões brasileiras. As queimadas estão provocando desastres ecológicos e sociais em grande parte do Brasil. A crise hídrica está aí, nos mostrando nossos problemas de gerenciamento.
Diante desse quadro, um dos momentos das discussões na Escócia, certamente passará pela questão da energia, pois o principal objetivo é fazer uma projeção para a diminuição da emissão de CO2 da superfície terrestre para atmosfera terrestre.
Com certeza, a energia limpa terá seu momento nessas discussões, pois se trata de uma energia que prejudica menos o meio ambiente. Deve-se ressaltar que toda geração de energia gera algum impacto. Não vamos entrar nesse discurso que as atividades humanas, tais como geração de energia, não geram impactos sobre os recursos naturais. Pelo menos, há algumas formas de energia que são menos impactantes. Atualmente, as maiores representantes desse tipo de geração são as energias solar e eólica.
Uma sociedade moderna e altamente dependente de energia como a nossa, a produção elétrica responde por uma das maiores parcelas na emissão de gases de efeito estufa (GEE), que são considerados gases maléficos para nosso ambiente. No Brasil, por exemplo, a geração de energia elétrica responde por grande parte das emissões dentro da categoria energia, que contabiliza, tanto as emissões na produção quanto no consumo. Segundo o relatório do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a geração elétrica emitiu 423,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2), em 2016.
Existem diversas fontes de energia renováveis que permitem a geração limpa de energia. Entre as mais utilizadas estão as águas dos rios e oceanos, ventos, energia do Sol, biomassa, ondas e marés e o calor proveniente da terra. Todas elas estão disponíveis na forma acessível e gratuita (?) no planeta, em maior ou menor abundância.
A geração elétrica através da força dos ventos, na qual hélices com duas ou três pás são fixadas no topo de altas torres e giram conforme a intensidade dos ventos, resultando em energia, através da força motriz das turbinas. Esse tipo de geração de energia é o escopo desse artigo.
Energia eólica é a transformação da energia do vento em energia elétrica, através de aerogeradores. Quando temos vários aerogeradores trabalhando em conjunto ligados a uma rede de transmissão chamamos de parques eólicos, que, por sua vez, podem formar um conjunto ainda maior, os complexos eólicos. Os parques eólicos podem suprir uma grande região ou regiões isoladas, dependendo do seu tamanho.
Essa tecnologia, que também permite a geração pelo próprio consumidor, através de micro torres eólicas, se reflete mais na geração centralizada, devido à disponibilidade de sua fonte, bem mais restrita do que a luz solar.
A maior vantagem da energia limpa é exatamente a de não emitir poluentes em sua geração, possibilitando a descarbonização do processo e trazendo energia limpa e sustentável. Por outro lado, muitas das fontes renováveis utilizadas para a geração elétrica não poluente estão disponíveis de forma intermitente, ou seja, intercalada, como a luz do sol e a força dos ventos.
Somando todas as formas de geração no país, ou seja, energia limpa e suja, em 2017 o Brasil gerou cerca de 624,3 TWh de energia elétrica.
O Brasil possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, ficando em terceiro lugar no ranking de países com maior capacidade instalada de fontes renováveis, atrás apenas de China e EUA. Em 2017, cerca de 80 % de toda energia gerada no país foi por meio das fontes renováveis, sendo a maior parte através da fonte hídrica.
Esforços para promover o uso de energias limpas tem garantido em torno de 20 % da energia consumida no planeta, geradas através de fontes renováveis. Esa estimativa é de 2011, portando podemos inferir que esse percentual esteja aumentando. De qualquer forma, uma em cada sete pessoas não tem acesso à eletricidade no mundo. Como a demanda continua crescendo, há necessidade substancial em aumentar a produção de energia, principalmente a energia renovável.
Garantir o acesso universal à energia a um preço justo até 2030 significa investir em fontes de energia limpa. Tais como energia solar e energia eólica, principalmente. Adotar padrões de custos sustentáveis para uma vasta gama de tecnologia também pode reduzir o consumo global de energia em 14 %. Isso resulta em 1.300 centrais elétrica a menos no planeta Terra.
Reforçando a afirmação anterior! Não existe nenhum tipo de energia que não cause impactos ambientais, mas, ao falarmos em energia limpa, sabemos que estas, diferentemente das demais, não produzem tantos poluentes. Normalmente, o único impacto que elas causam são quando se instalam em determinado local.
As principais vantagens da energia limpas são: 1) diferentes dos combustíveis fósseis, a energia limpa pode ser considerada inesgotável; 2) são os primeiros passos para novas pesquisas que contribuam com essas energias; 3) diminuem a produção de CO2; 4) seu impacto ambiental é consideravelmente menor aos das fontes de energia de combustíveis fósseis; 5) tornam o país autônomo em questões de energia e 6) mais criação de empregos.
Todo processor de produção, dentre elas a produção de energia causa seus impactos. As desvantagens na produção de energia eólica são: 1) custos para investir na infraestrutura necessária são altos; 2) além dos custos, pode-se citar o barulho como grande agravante, porém elas podem estar situadas distantes da cidade, sem intervir com o meio social e 4) podem afetar a circulação dos pássaros da região, causando mortandades nessas aves locais, regionais ou, até mesmo, migratórias.
No próximo artigo enfocaremos nas outras formas de produção de energia alternativas, também consideradas energias limpas. É urgente refletir para as necessidades estruturais que permitam melhorar as condições de vida da população. A pergunta que se faz: que planeta queremos deixar para nossos filhos, para a sociedade futura?!
Autor:
Jonas Nery
Diante da situação em que vivemos, porque não fazermos uso de algo que certamente não acabará e vem de forma natural, como o vento?