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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Depressão: Suicídio em Tempo de Pandemia COVID-19

Cecy Calacina – Psicóloga Clínica CRP 20ª03309 – Escritora do livro “Amor Narcísico” – em Lisboa – Portugal – com Mestrado em Estudo Sobre a Europa.

Ao tratar de temas tão importantes, como depressão e Covid 19, neste artigo, de forma objetiva, chamamos a atenção da população e poderes constituídos, executivo e legislativo, que possam desenvolver políticas públicas, para lidar com a angústia das perdas que envolvem às famílias brasileiras, pós covid. Entendemos a necessidade de intensificar as atividades governamentais referentes à proteção mental, de forma mais efetiva. Especialmente no que diz respeito à juventude, como é sabido, a depressão é uma patologia que leva a população mundial ao desespero e sofrimento. A referida doença é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde – OMS como mal do século, isso antes da pandemia covid 19, dados mostram que 322 milhões de pessoas no mundo sofrem com o transtorno depressivo. É importante lembrar que essa patologia incapacita o ser humano, sendo uma doença somática, e tem estatística altamente elevada de suicídios, principalmente entre os jovens.

No Brasil, a depressão avança e já ocupa o primeiro lugar na América Latina, comparado ao resto do mundo, fica atrás somente dos Estados Unidos da América, que é líder no ranking mundial. Importante pesquisa, elaborada pela Faculdade de Medicina de São Paulo, identificou que 30% da população sofre de alguma patologia mental, de modo, que a cada dez paulistas, três estão doentes de depressão, ou ansiedade, enquanto que 1/3 relatou prejuízo no trabalho. Nesta mesma linha, é importante lembrar, que em 2016, o número de suicídios no Brasil atingiu 11.433 pessoas, ocorrendo a cada 46 minutos. Como se vê, o suicídio representa uma das maiores perdas, principalmente entre jovens na faixa etária de 15 a 29 anos, cujo número é bastante elevado por estarem mais receptíveis aos pensamentos intrusivos, no que diz respeito as neuroses depressivas.

Na coexistência, a Covid 19 passa pelo mundo impactando a economia, empregos, educação, cultura, esportes, arte, e principalmente, a vida das pessoas, com perdas de entes queridos, sem que a família possa estar presente no último momento de quem ama, dessa forma, são impedidos de realizarem o velório de seu vínculo relacional, levando a um luto mal elaborado, tendo em vista que é no velório que se inicia a primeira fase do luto.

A sociedade enfrenta diversos tipos de perda: por morte, perda de emprego, perda de amigos, família, pessoas da afinidade, e outras perdas, como a moradia, mudanças de endereço e dificuldade financeira. A combinação dos fenômenos, acarretam a redução da autoestima, o sentimento de si fica comprometido. Fato que desencadeia os pensamentos intrusivos, que são destruidores da autoconfiança e caminho para a ansiedade, depressão e possibilidades de suicídio. Além das perdas de vidas, há o prejuízo no sentido que população brasileira tenha dificuldade no momento de desenvolver o foco necessário para recomeçar pós pandemia covid 19, de modo, que conflitos poderão aparecer. Entendemos que uma saída prática e eficiente, seria o investimento das famílias e políticas públicas no psicossocial.

Autora:

Cecy Calacina

Psicóloga Clínica CRP 20ª03309 – Escritora do livro “Amor Narcísico” – em Lisboa – Portugal – com Mestrado em Estudo Sobre a Europa.

7 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns para equipe do jornal Tribuna ,por aportar um tema muito importante para todos da sociedade.
    Parabéns psicóloga cecy calacina pelo belíssimo trabalho????

  2. Parabéns ao Jornal tribuna, ao trazer uma matéria tão séria e importante nesse momento em que vivemos, que trabalho maravilhoso da Cecy Calacina.

  3. Parabéns, excelente texto. E importante tratar de tal assunto, visto que com a pandemia os números de casos de depressão e suicídio aumentaram e muito.

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