Ambientado na UFRRJ (conhecida como Universidade Rural), surge um serial killer que suspeitam ser homofóbico. As suas vítimas são mortas com certas características (macabras, por sinal) como uma mariposa negra dentro da boca.
O gênero principal do livro é suspense, mas ele é dividido em dois atos com características um pouco diferentes: no primeiro, mais realista e o segundo já passa a ser um pouco mais sobrenatural.
Com personagens marcantes e cativantes (cada um com personalidade própria), narrativa bem humorada (o autor consegue mesclar palavras mais formais e ainda passear por gírias e o pajubá), ele quase age como um sociólogo/cientista social/antropólogo destrinchando o comportamento humano e social da rotina do local.
E fica longe de ser chato! É muito divertido. No final do livro o leitor já sente-se um aluno da Universidade, mesmo nunca tendo estado lá. Ficamos bem inseridos no ambiente caótico, problemático (certas vezes) e ao mesmo tempo, acolhedor.
Tem críticas sociais? Muitas! Mas nada “forçado” na narrativa. Mostra autoritarismo, politica, politicagem, temática lgbtqiapn+, homofobia, preconceito de classe, de religião, racismo, machismo, uso de drogas, etc.
Existem até alguns preconceitos entre os personagens principais, o que dá mais realismo. Afinal, eles são humanos.
E a história? Sinceramente, quando o autor falou que era “tudo misturado da cabeça dele”, não estava brincando. Há vários narradores, mundos paralelos, às vezes até pontos de vista diferentes. Parece o caos, mas não é.
E o mistério? Prepare-se para grandes reviravoltas na história e em momentos que o leitor menos espera… está tudo transcorrendo como mais um dia normal e de repente… tudo desanda! Muito surpreendente, nunca tinha lido algo tão caótico e ao mesmo tempo, com tanto sentido.
É envolvente, o leitor se prende à história querendo saber quem é o assassino, as suas motivações, se os personagens terão finais felizes ou quem será a próxima vítima, etc. Eu recomendo bastante!
Mas só deixo um aviso de que o livro é para maiores de 18 anos, por conter sexo e violência.
Para quem ainda não sabe a sinopse de “O Caso da Mariposa Negra”:
Reza a lenda que, se uma mariposa negra entrar em sua casa durante a noite, algo de muito inusitado e quiçá obscuro estará prestes a lhe acontecer… No cotidiano da vida dos estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mais conhecida como Rural do Rio, um crime bárbaro fará com que a paz daquele local saia completamente dos eixos da normalidade.
Na tentativa de conter o escândalo iminente, seja pela preservação da imagem institucional seja por interesse próprio, Elizabeth, ou Beth para os íntimos, a vice-reitora, será o grande pivô no decorrer dos demais crimes que vão, em série, acontecer por ali. Nesse ínterim, um grupo de estudantes moradores do alojamento masculino da Universidade, as “monas do aloja”, encabeçadas por Valério, darão o mote para desvendar, em união fraternal, a identidade do tão temido serial killer.
Repleto de enigmas, estratagemas, ocultismo, críticas e, é claro, uma boa dose de humor com muita irreverência, a trama fantasticamente sofrerá várias reviravoltas no decurso de sua trajetória, fisgando o leitor até a última palavra do narrador – ou seriam narradores? Mais um enigma que só será desvendado pela leitura desta deliciosa e interessantíssima obra, que se divide em dois “Tempos-Espaços” que se complementam, e que serão responsáveis por deixá-lo boquiaberto ao final.
O ebook está disponível na Amazon: https://amzn.to/3RzJoka
Autor:
CrisTudo Oficial
