A imagem da caixa me agrada. Tem que haver essa empatia inicial, afinal, vou passar horas debruçado em uma mesa. É como a caixa de Pandora, quando a abro, um enigma é revelado – decifra-me, ou eu te devoro.
Aceito o desafio, e a partir daí, mergulho de cabeça nesse labirinto, apenas para achar a saída dele.
Estudo o ambiente, delimito o tamanho de sua área, pois é dentro dela que vou trabalhar. Importante também separar as formas, pois facilita na hora de encontrar o caminho certo. Presto muita atenção, também, às formas e às cores da figura – elas parecem pouca coisa, mas me dão referências importantes no entorno delas, que me facilitam formar o ambiente por completo.
Assim, vou passeando pelo labirinto, sem muita pressa de sair, sem medo por não encontrar a saída, satisfeito por encontrar o lugar certo de cada peça e ver a figura se formar. Uma explosão de dopamina inunda meu cérebro, percorre meu corpo e me faz esquecer de tudo. Quando resolvo descansar por um tempo, por causa do tempo que esqueci, é difícil, pois estou alegre demais, satisfeito demais e aceso demais para me deitar e dormir.
Enfim, aceito que deve ser assim e tento relaxar, mas ansioso pelo próximo dia de caminhada pelo labirinto de cores, formas e figuras que ajudo a construir e de onde me reluto a sair.
Autor:
Lufa
Adorei tua crônica. Como montar QCs é uma paixão antiga minha, me identifiquei tremendamente nas tuas palavras.
Bom saber que tem mais gente que tem o mesmo sentimento que eu quando monta um QC, não é só montar e pronto. Obrigado, Alison.