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sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Sessão Canteiro recebe o artista visual Nino Cais no Canteiro

O artista visual Nino Cais é o convidado da quinta edição da Sessão Canteiro que acontece nesta quarta-feira, dia 06 de setembro de 2023, no Canteiro – Campo de Produção em Arte Contemporânea, na Vila Madalena, em São Paulo. Abertura das portas acontece às 19h, e a exibição, pontualmente às 20h.

Serão apresentados um conjunto de cinco vídeos realizados pelo artista ao longo dos dois primeiros decênios dos anos 2000 e, logo na sequência, o curador Diego Matos conduzirá um bate-papo, em que a artista falará das relações entre corpo e objeto, subjetividade e objetividade.

Contudo, aquilo que, em acepção filosófica moderna, era marcadamente cindido – sujeito incondicionado e objeto empírico do conhecimento – perde a nitidez de suas fronteiras e cismas nos trabalhos de Nino Cais. Os objetos do cotidiano e o corpo do artista se imiscuem, borrando a aparente reciprocidade de seus limites. O artista, desse modo, subverte os termos da equação moderna através de uma tônica contemporânea: o sujeito, na figura do artista, se objetifica. O que era objetividade empírica se subjetiviza. Objetos inertes deixam de ser um amontoado de moléculas, ganham alma, memória e sentimento. O que era frieza metálica ou porcelânica se aquece. O corpo, envolto por um emaranhado de objetos, se enrijece. Entra em inércia e resfria. É ferro, é ouro.

Assim, não é de se espantar que, certo dia, Valter Hugo Mãe tenha outorgado a Nino Cais o título de Midas às avessas, aquele que “concede alma àquilo que coloca a mão”. Contudo, em tons de provocação, diríamos que resta um ligeiro espanto nos apelos do literato à física quântica. Espanto que reside em sua tentativa (mesmo que cheia de ressalvas) em conceder à física o prazer de desnudar “a inteligência da matéria”, já “operada” por Nino com Maestria.

Para nós – menos sofisticados que o escritor, ignorantes em assuntos de mecânica clássica e quântica, pobres e às vezes nem mesmo honestos – pouco importa o que os físicos têm a dizer. Pois, se há, na história humana, um campo que sempre foi capaz de desvendar os mistérios e agruras da inteligência da matéria, esse campo é o da Arte e, nele, Nino Cais é Maiastra.

Sobre o artista
Nino Cais (São Paulo, Brasil, 1969) possui, possivelmente, uma das mais variadas produções da arte contemporânea brasileira, não só em termos de materiais, – de fotografias, desenhos e colagens a esculturas, vídeos e vestimentas – mas também por sua ampla abrangência de discursos poéticos e narrativos. O artista cria um universo intermediário entre o mundo cotidiano, que fornece a matéria-prima para as obras, e um ambiente fantasioso, com raízes ficcionais baseadas na literatura, no teatro e nas artes plásticas. Nino Cais corta, cola, costura, desenha, está dentro e fora da obra, é personagem e autor, seus trabalhos se manifestam num tempo e espaço suspenso, reconhecível, porém pouco explorado pelo espectador, tão perto e tão longe ao mesmo tempo que sua estranheza é acolhedora.

Realizou exposições individuais na Fridman Gallery, Nova Iorque, EUA [2018]; Casa Triângulo, São Paulo, Brazil [2017]; Central Galeria, São Paulo, Brasil [2015] e Gachi Prieto Gallery, Buenos Aires, Argentina [2015]. Entre as exposições coletivas estão AQUI ESTOU, Museu Nacional da República, Brasília, BR [2023], Poema a Dois | Cartas Queimadas, Residência Fonte, São Paulo, BR [2021], Against, Again: Art Under Attack in Brazil, Anya and Andrew Shiva Gallery, Johnfoy College, Nova Iorque, EUA [2020]; O que meu corpo sabe: Fotografias em fricção nas coleções EAV Parque Lage e Memória Parque Lage, EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil [2019]; Waving and Wavering, Maryland Art Place, Baltimore, EUA [2018]; Ação e Reação, Casa do Brasil, Setor Cultural da Embaixada do Brasil, Madrid, Espanha [2018]; Queermuseu – cartografias da diferença na arte da brasileira, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil [2017], e participou da 30º Bienal de São Paulo. Suas obras fazem parte de coleções públicas como as do Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, entre outras.

Sobre a Sessão Canteiro
É um programa periódico de exibição de Videoarte e Vídeo-performance. As projeções acontecem no estúdio com tratamento acústico do Canteiro, o que oferece uma condição especial de apreciação dos vídeos, permitindo uma verdadeira imersão nos ‘tempos’ específicos de cada trabalho; o efêmero de uma performance documentada, a eternidade morosa de uma obra que desafia a resistência do público, ou até a brevidade de um vídeo relâmpago.

Desta forma o Canteiro reafirma sua vocação como espaço autônomo dedicado a sediar, discutir e circular trabalhos nestas mídias. A programação é feita pelos artistas Guta Galli, Marcelo Amorim e Ivan Padovani ou por curadores e artistas convidados.

Sobre o Canteiro – Campo de Produção em Arte Contemporânea
Com o início das suas atividades em agosto de 2022, o Canteiro é um espaço cultural gerido pelo artista Ivan Padovani, e tem sua atuação voltada para a ampliação de iniciativas autônomas de produção e circulação de arte contemporânea na cidade de São Paulo.

O Canteiro conta com seis ateliês, sala de exposições, residência artística e promove ações formativas em artes visuais. Também abriga um estúdio multimídia de 65 metros quadrados, que sedia projetos de exibição de vídeo arte, instalações sonoras e performances.

Seu espaço expositivo guarda uma forte identidade arquitetônica, o que faz dele um contexto propício para criação de site specifics, promovendo projetos que fogem da passividade de um cubo branco. Atualmente os artistas residentes são: Ana Clara Muner, Christian Bittencourt, Davide Mari, Gustavo Aragoni, Guta Galli, Ivan Padovani, Mariana Guardani, Thiago Navas

SERVIÇO RÁPIDO
Sessão Canteiro #5 com o artista visual Nino Cais
mediação: Diego Matos
dia: 06 de setembro de 2023, (quarta-feira)
19h (abertura da casa) / 20h (exibição pontual)
quanto: gratuito

mostra coletiva “Chão Comum”
artistas convidados: Aline Setton, Ana Clara Muner, André Penteado, Brisa Noronha, Camila Bardehle, Carla Chaim, Carol Colichio, Celina Portella, Christian Bittencourt, Daniel Castilho, Davide Mari, Gustavo Aragoni, Guta Galli, Ivan Padovani, Leka Mendes, Mano Penalva, Marcelo Amorim, Marcelo Brasiliense, Mariana Ferrero, Mariana Guardani, Mariana Tassinari, Nino Cais, Roberta Cardoso, Saulo Szabó, Selva Carvalho, Thais Stoklos e Thiago Navas
curadoria: Ana Roman

visitação: prorrogada até 16 de setembro de 2023
(terça a sexta-feira sob agendamento, sábado, 14h-19h)
venda obras: 11 983.398.332 / canteiro.artecontemporanea@gmail.com

local: Canteiro – Campo de Produção em Arte Contemporânea
rua purpurina, 434
vila madalena – são paulo – 05435-030
valor: gratuito
faixa etária: livre
site: https://www.canteiro.art.br

redes sociais
Ana Roman: @anac.roman
Canteiro: @canteiro__
Aline Setton: @alinesetton
Ana Clara Muner: @anaclaramuner
André Penteado: @andrepenteado
Brisa Noronha: @brisanoronha
Camila Bardehle: @camilabardehle
Carla Chaim: @carlachaim
Carol Colichio: @carolinacolichio
Celina Portella: @celinaportella
Christian Bittencourt: @christian.bittencourt
Daniel Castilho: @danctelo
Davide Mari: @ddddmp
Gustavo Aragoni: @gustavoaragoni
Guta Galli: @gutagalli
Ivan Padovani: @ivanpadovani
Leka Mendes: @lekamendes
Mano Penalva: @manopenalva
Marcelo Amorim: @marcelimamorim
Marcelo Brasiliense: @mbrasiliense
Mariana Ferrero: @marianaferrero.art
Mariana Guardani: @marianaguardani
Mariana Tassinari: @maritassi
Nino Cais: @ninocais
Roberta Cardoso: @robertacardoso
Saulo Szabó: @sauloszabo
Selva Carvalho: @selvacarvalho
Thais Stoklos: @thaisstokloskignel
Thiago Navas: @thiagonavas

Autor:

Erico Marmiroli

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