Presidente da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS) pontua que proibição do “antes e depois” prejudica pacientes que precisam pagar consulta para descobrir se os resultados do cirurgião são atestados
O presidente da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS), o cirurgião plástico Dr. Daniel Botelho confirma a contrariedade do atual código de ética médica do Conselho Federal de Medicina. Durante encontro na última semana, em São Paulo, no 2º Congresso Nacional BAPS, o código de ética médica atual teve uma discussão entre os presentes, sendo considerado antiético, pois aproxima os pacientes de profissionais não médicos.
“À medida em que os cirurgiões, com boa postura, com boa técnica, são limitados a se expressar em ambientes de rede social, por exemplo, os pacientes ficam mais expostos a profissionais menos capacitados. Para que o profissional esteja mais próximo, é absolutamente necessário que ele tenha liberdade para se comunicar, com responsabilidade. Ética no mercado é fazer transações livres com mínimo dano entre as partes, isso não é o que acontece agora”, explica o presidente da associação”, afirma.
A associação presidida pelo especialista defende a publicidade médica livre e responsável nas mídias digitais e, recentemente, lançou um abaixo-assinado na internet para a divulgação de imagens consentidas pelos pacientes nas redes sociais.
Segundo a BAPS, o atual código, apesar de alegar defender a ética médica contra promessas de resultados, proíbe o médico inclusive de compartilhar e educar sobre resultados ruins ou insatisfatórios, mesmo com a permissão do paciente e sem identificá-lo, o que, para a associação, seria louvável já que demonstraria que o resultado da cirurgia plástica pode ser influenciado por diversos fatores.
A associação defende que a mídia social pode, por meio da educação, aumentar a conscientização e a defesa do paciente. “É importante realizar a divulgação por meio de links de hashtag, termos de pesquisa e perfis dedicados ao assunto. As redes sociais têm sido um meio central para a disseminação de procedimentos e informações médicas. A publicidade médica livre e responsável está associada ao bom conhecimento e à verdade ao apresentar os benefícios para o paciente”, afirma o cirurgião Daniel Botelho.
“A BAPS reforça que defender a publicidade médica livre, antes de mais nada, deve ser calcada em valores inegociáveis, como seriedade das informações e imagens, bem como na responsabilidade e respeito tanto à Medicina quanto ao paciente”, explica. “A partir do momento em que esse cirurgião tem algo de muito valor para levar às pessoas do ponto de vista técnico, de qualidade científica, há a necessidade desse cirurgião estar mais próximo da sociedade e se apresentar de forma mais clara, transparente, sem arestas e sem barreiras. Justamente para que o paciente consiga entender e distinguir de forma mais clara aquilo que ele quer ter acesso”, completa.
O especialista avalia que a proibição de postar fotos de antes e depois também prejudica o paciente. “Isso exige que ele tenha que pagar a consulta para descobrir se os resultados do cirurgião lhe agradam, e se o médico possui experiência com a cirurgia que ele deseja ou com seu biotipo”, finaliza Botelho.
Autor:
Davi Brandão