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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Discurso do Rei do Marrocos e as repercussões esperadas  ??

O rei de Marrocos dirigiu um discruso a nação marroquina no seu vigésimo quatro ano, transmitido via canais da Televisão e rádio, sábado, 29 de Julho de 2023, chamando para a consolidação do estado social à resiliência econômica, as relações marroquino-argelinas, a causa palestina, cuja seriedade passou a ser sinónimo e sucesso das novas diretrizes, do governo e sociedade.

Este discurso apontou o laço que une a simbiose, infalivelmente de Trono e do povo, numa mútua coesão e harmonia.

Marrocos demora forte, graças às conquistas e realizações, as estruturas que compõem este Estado-Nação, cuja história secular e a dinâmica de desenvolvimento reforça a maturidade e os novos limiares do progresso, das reformas, dos projetos de maior envergadura, face aos desafios dos setores sócio políticos e econômicos.

No campo cultural e esportivo, o discurso lembrou do papel histórico desempenhado na atuação da Seleção Nacional, leões do Atlas na Copa do Mundo do Catar, 2023, numa estreia histórica para esta seleção de origem africana.

 Façanhas da juventude marroquina em perspectivas

Proporcionado aos jovens marroquinos meios, bem como dimensões da seriedade e  patriotismo, além da fascinação internacional e das atuações sem precedentes, de orgulho nacional, bem como da união da família e coesão social. Isso parte da esteira estratégica de Marrocos para com Espanha e Portugal, candidatos conjuntos, rumo a acolher o Mundial de futebol 2030, na sua 100ª edição, como evento desportivo internacional.

Divulgado em março passado, tal candidatura tem forte conteúdo simbólico, para o Rei de Marrocos, a título de ponte entre dois continentes e as duas civilizações, África e Europa, e as duas margens do Mediterrâneo.

Foi candidato pela sexta vez à organização desta competição internacional, o Marrocos vê-se ambição, como uma forma impulsionadora dos povos da região colaborar, compreender e unir, em prol do desporto como processo de desenvolvimento.

Tal prova decorre da decisão de criar a Academia Mohamed VI em 2009, através de um investimento de 140 milhões de dirhams, ou seja 13 milhões de euros. Tal centro de treinamento e formação passou a ser um dos principais contribuintes da seleção nacional.

O monarca chama a juventude marroquina a realizar muitos trunfos, génio criativo e espírito inovador, dadas oportunidades e façanhas, objeto do primeiro carro marroquino produzido, Neo Motors, primeiro protótipo de um veículo hidrogénio confeccionado pela NamX.

Este projecto revela o “génio marroquino” e prova da confiança das capacidades intrínsecas dos jovens marroquinos, encorajados a redobrar a inventividade e criatividade.

Tal lançamento destes carros marroquinos, conforme o rei Mohammed IV, visa consolidar o posicionamento de Marrocos como destino prioritário de investimentos produtivos, promovendo a marca Made in Morocco. Cujos indicadores socioeconômicos estabelecem a extensão desses projetos, onde o Marrocos ingressa no restrito clube dos fabricantes de automóveis.

De fato, 27.000 unidades constituem a capacidade anual prevista, veículo Neo Motors, no âmbito da unidade industrial localizada na região de Rabat-Salé-Kénitra.

No final de 2026, o Marrocos pretende produzir seus primeiros modelos de veículo a hidrogênio, grande 4X4 com 5 metros de comprimento e 2 metros de largura.

Trata-se de um novo marco, alcançado graças aos projetos inovadores, impulsionados devido às competências e experiências. Dado desafio e novas oportunidades a enfrentar num ambiente internacional tumultuado.

Recuperação e resiliência da economia marroquina

Este discurso que veio num contexto onde os projetos estruturantes da proteção social, atingindo uma fase crítica, face às oportunidades e prestações sociais a favor das famílias, desde o ano 2023.

Tal projeto visa também uma renda direta, contribuindo a melhorar as condições de vida de milhões de famílias e crianças, preocupação do estado.

Outras questões referem-se a energia hídrica, preocupando o soberano cherifiano, levando ao desenvolvimento do Programa Nacional e abastecimento de água potável, no período 2020-2027. Frisando assim as fases da sua implementação e monitoramento. Sendo  a segurança hídrica que país se considera uma linha vermelha, contra qualquer forma de má governação, gestão ou exploração anárquica e irresponsável desta matéria vital, água.

Considerando ainda estes sinais de diminuição gradual, as pressões inflacionistas e programas sociais,  em termos dos expertos e pesquisadores a nível internacional, bem como do monarca que chama a manter um clima de confiança e aproveitando as novas oportunidades, com vista o reforço da recuperação e resiliência da economia marroquina.

No meio desta dinâmica, os domínios de energias renováveis ??objeto do lançamento do programa de investimentos verdes do Grupo OCP e “Oferta Marrocos” de hidrogénio verde, , constituindo assim uma realização rápida e qualitativa, potencializador dos ativos, onde o país dispõe da melhor experiência e projetos realizados por investidores internacionais. Suficientes para o Marrocos tornar-se um dos países mais industrializados e verdes do continente.

Questão do Saara e conflito israelo-palestiniano no centro da doutrina diplomática de Rabat

A essa dinâmica econômica que conhece o país, sobretudo a questão do Saara, um prisma no qual Marrocos se posiciona como eixo firme no cenário internacional. Acarretando os reconhecimentos dos países estrangeiros da soberania de Marrocos sobre as províncias do sul, como o caso do Estado de Israel. Resultado do projeto da Iniciativa de Autonomia, e abertura de cerca de trinta consulados em Dakhla e Laâyoune.

Além disso, o reconhecimento do Israel da marrocanidade do Saara, não afetou de forma alguma a posição inabalável de Marrocos, justa em relação a causa palestina e aos direitos legítimos do povo palestino. Levando  a um estado independente palestino com Al-Quds oriental como capital, mantido em segurança, estabilidade, paz e prosperidade.

Finalmente, a questão do Saara marroquno é a principal ocupação, tensões entre Marrocos e Argélia, face às críticas levantadas pelas redes de informação sociais, pelas relações entre Rabat e Argel, consideradas  “estáveis”, mas à espera de melhoria. E das relações diplomáticas cortadas unilateralmente, agosto de 2021, sem portanto nenhum  prejuízo  ou ameaça a direção do governo argelino, nos termos do soberano do Marrocos,  apegando aos laços de afeto e amizade, existentes entre os dois povos, mantendo a mão estendida a Argel para voltar a normalidade e reabertura das fronteiras, fechadas desde 1994. 

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI. Pesquisador universitário-Rabat, Marrocos

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