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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

A estranha sensação do não ser, do não estar e do não existir

Quê? Sim, é isto mesmo. Estamos vivenciando um momento social um tanto quanto estranho nos últimos tempos, diga-se de passagem, “mega estranho”. Uma condição sine-qua-non que está remando contra os bons princípios e as regras de convivência entre as pessoas, porque percebemos com muita facilidade a intolerância humana reinar soberana por praticamente todos os lugares, com os indivíduos que compõem nossa sociedade cada vez mais se desconhecendo, dia após dia.

É bem isso mesmo, a massa social está perdendo sua identidade humana e, podemos aqui até fantasiarmos um pouco mais ao dizermos que também estamos a perde a nossa missão primordial aqui na Terra. Dizemos isso, porque a sociedade está enlouquecida, frenética e descontrolada. Ao nos referirmos ao termo “enlouquecida” estamos dizendo que cada vez menos as pessoas não sabem os lugares que ocupam, destruindo valores que outrora foram construídos a duras penas ao longo do tempo, desrespeitando as regras impostas para a boa convivência, sendo o desrespeito a regra quando deveria ser a exceção.

Outro ponto salutar nesta jornada analítica de parte do contexto social, presenciamos a hora e o tempo a fragilidade nos relacionamentos. Em sua maioria são tão voláteis que não são capazes de suportarem sequer um pequeno “abalo sísmico” que desmoronam por completo, fruto da frágil e fraca formação que provavelmente tiveram neste sentido. Perguntamos: e os filhos desta sensibilidade toda, como se transformarão em pessoas do bem se a base que é a família não transmitiu os valores necessários para a continuidade de uma sociedade mais justa e igualitária?

Outro detalhe que era cultivado com frequência não muito tempo atrás eram os casamentos ou casórios propriamente ditos, algo que raramente vemos hoje em dia. Preferem juntar os “trapos” e ver se dá certo primeiro. Só que nesta empreitada surgem os filhos, que mesmo antes de nascerem os pais perceberam que a convivência a dois é muito complicada e desfazem a união como num passe de mágica até mesmo antes com filhos prestes a nascerem. Na sequência uma briga sem fim na justiça por uma pequena pensão alimentícia que as vezes em nada resolve os traumas, neuroses e psicoses que a não convivência com os pais provavelmente evitaria.

Não que a união tenha que dar certo a qualquer preço, porém namoros saudáveis existem para o conhecimento mútuo do casal afim de verificarem se as diferenças negativas são menores que as positivas ou se haverá tolerância suficiente para viverem juntos. Hoje não se enamora mais, o cartão de visitas já são os finalmente, e geralmente estas histórias costumam não durarem e nem terminarem muito bem.

Quando nos referimos que a sociedade anda frenética, é porque encontram-se ensandecidas por likes, curtidas e a busca cada vez mais por seguidores de redes sociais, assim como e narcisismo também vem correndo à solta. Com isso tornam-se incapazes de se posicionarem no lugar do outro, porque são frutos da chamada new generation que preferem respeitarem os eletrônicos do que as pessoas. A tecnologia se bem direcionada colabora com a sociedade, se mal utilizada corrompe a mesma da forma mais cruel que se possa imaginar.  Ao se cortar o cordão umbilical dos bebês o primeiro presente que recebem é um celular de presente, como se fosse um tributo ao nascimento.

Tristemente se espremermos a televisão, provavelmente a mesma sangrará de tantas notícias negativas e tragédias praticamente anunciadas e que poderiam ser evitadas, se as pessoas praticassem mais a humildade e ouvissem mais seus pais ou aqueles que a vida educou de uma forma mais dura.

Descontrolada porque vivemos no mundo cada vez mais globalizado onde a distância é praticamente nula frente a rede de internet. Tanto faz estar no Brasil como no Japão que a informação e produtos chegam na velocidade da luz praticamente. O Consumismo irracional e descontrolado está levando ao colapso e a morte do que ainda resta da nossa efêmera sociedade.

É efêmera por nunca vimos tantas barbáries ao mesmo tempo. Perceberam o nível de criminalidade nos grandes centros? Pior, está se espalhando para as cidades de menor porte também. Crimes terríveis cometidos sem dó nem piedade contra pessoas de qualquer idade, falta de respeito e empatia com os gêneros. Subtraem a vida das pessoas por qualquer preço praticamente. Aparentemente a vida vem perdendo seu valor em especial neste período de Pandemia. O problema é complexo e social, necessitando de um novo escopo político para melhorar, mais, é necessário haver boa vontade por parte dos governantes.

Estamos nos apequenando cada vez mais a ponto de quase não enxergarmos a luz no fim do túnel. No mesmo expresso do tempo a sociedade avança nos trilhos da doença, nos referindo aqui ao termo “doença” como os males que surgem em decorrência de práticas sociais falhas ao longo do tempo e que refletem na boa convivência entre seus membros.

Outro ponto que vislumbramos em leitura e estudos é o assistencialismo em demasia proporcionado pelos governantes. Distribuir renda somos totalmente a favor sim, porém, não só viver deles. É necessário como já dito anteriormente novas políticas públicas que fomentem a geração de empregos tornando a vida mais digna em todas as suas dimensões.

Com todos estes pontos elencados anteriormente nos digladiamos diariamente contra uma corrente terrível que podemos chamá-la de inversão de valores, ou seja, o errado passou a ser o certo e o certo passou a ser o errado. Outro exemplo que podemos abraçar são dos professores. Em tese eles deveriam ser os mediadores do conhecimento certo? Na teoria sim, mais na prática não é o que acontece.

Na atualidade estão servindo de “saco” de pancadas, recebendo baixos salários para quase diariamente levarem uma surra grátis, verem cadeiras com asas a qualquer momento sobrevoando suas cabeças e sabe-se lá mais o que. Neste caso em específico há uma reprodução perfeita por parte dos alunos que levam dentro das suas mochilas para as escolas o aprendizado oriundo do que vivenciam em vossos lares. É a tal da sociedade doente que nos referíamos a pouco.

Vocês já viram, escolas públicas ultramodernas? Creio que não ou quase nunca. Raramente se constrói novas escolas, e as que já existem são colchas de retalhos, ou seja, remendadas de tempos em tempos mais na prática continuam sucateadas e perdendo cada vez mais espaço.

Citamos a rede de ensino por ser uma das locomotivas que move qualquer país, mais, é evidente que tais problemas em menor ou maior profundidade ocorrem em qualquer setor como saúde, assistência social entre outros.

Daí a conotação inicial do texto não ser, não estar e não existir. E sabem quando isso mudará? Quando o Homo sapiens entender o próximo Homo sapiens. Freud explicaria bem esta questão.

Autor:

Luciano Bissóli. É graduado em Ciências Biológicas, Filosofia e Pedagogia. Especialização em Psicopedagogia e Gestão Escolar, MBA em Gestão Pública Projetos, Mestrado livre em Teologia, Doutor honoris causa em Educação, Mestrando Acadêmico em Educação pelo Institute Theology Science – Flórida, Estados Unidos. Doutorando Profissional em Psicanálise e Psicopatias.  Exerce as funções de Diretor de Escola no Município de Paulo de Faria/SP.

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