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domingo, 1 de setembro de 2024

Representatividade feminina na arquitetura

A lógica arquitetônica dá-se especialmente através do desenho: uma técnica, um método, um processo em si mesmo. Se, visceralmente, compreendemos essa logicidade, refletimos e, compreendemos também que o desenho é simbólico, é a representação dos próprios interesses enquanto arquitetas(os). É sobre isso que os desenhos, singelos, lúdicos e abstratos, tratam a seguir.

Colagens simples mas com complexidades expostas nas entrelinhas

Desde a condição de gênero às condições raciais, socioeconômicas e de outras intersecções não facilmente perceptíveis, como a da sexualidade e expressão de gênero, por exemplo. Considerando que, como a visibilidade da mulher em todos os tempos foi precária, as poucas que conhecemos e que através das colagens foram apresentadas, são em sua maioria arquitetas brancas, com condições socioeconômicas mínimas para poder cursar um curso elitizado como arquitetura, arquitetas que seguem os preceitos heteronormativos.

Ao longo da vida acadêmica a pergunta continua a mesma: onde estão essas pessoas na arquitetura? Representatividade importa, impacta e é empoderamento, é se enxergar positivamente e fazer parte de um todo, não ficar aquém, nem ser excluído. A igualdade deve existir em todas as classes, gêneros e raças também, deve ser o mais holística possível.

O que é o feminino na arquitetura?

Ser mulher é uma missão diária. Ser mulher com esses cruzamentos é uma missão diária ainda maior. Contudo, temos uma data, celebrada mundialmente, para enfatizar e relembrar todas essas questões. Todo dia 8 de março, celebramos e relembramos as conquistas femininas, avanços que foram construídos por meio de suas próprias lutas sociais, políticas e econômicas. E em virtude dos últimos 8 de março, debrucei-me a estudar e aprender mais sobre minhas colegas de profissão. Com o compromisso de refletir, criar e projetar a partir de um olhar mais atento a essas pautas. 

E porque? Porque a condição da mulher, em todas as esferas, produz um efeito borboleta. A mulher vê, desenvolve e busca soluções sob a ótica dessa condição, das necessidades cotidianas da mulher. Isso inclui não apenas as próprias mulheres, mas também os seres pelos quais ela, como mulher, é tradicionalmente responsável por cuidar.

Trazendo para um contexto recente, temos, por exemplo, a questão do enfrentamento da Covid-19, em que todos os países com lideranças femininas tiveram respostas muito superiores e eficazes no combate à pandemia. Em meio a essas e outras reflexões, desenhei, redesenhei, fiz esboços, fiz colagens… testei.
E a priori, como resultado desses ensaios, essas colagens simples foram concebidas – atemporais, abstratas, divertidas – para conhecer, reconhecer e, também, com a esperança de despertar e estimular em outras pessoas a curiosidade sobre mulheres arquitetas e suas criações. 

Autora:

Gabriela Rocha, que é arquiteta e urbanista pela universidade Anhembi Morumbi e hoje atua como pesquisadora e agente de inovação pelo SEBRAE/SP, estuda e explora continuamente a interseção de gênero na arquitetura, em especial, mas também em outras profissões.


As colagens citadas foram selecionadas para uma exposição na galeria Roca de Londres. (Mais detalhes: Exhibition (Exibição): Designing Out by @architecturelgbt Local: London, UK. at @rocalondongallery September 3rd – October 8th | 2021.)

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