Até o término da Guerra do Vietnã (1955-1975), o Vietnã, que buscava a sua unificação, tornara-se um país em frangalhos, com suas principais cidades destruídas e com a sua infraestrutura seriamente comprometida. Chegando na década de 1980, o país asiático era um dos mais pobres do mundo, com cerca de 60% de sua população vivendo abaixo da linha da pobreza extrema.
No entanto, contrariando todas as estimativas mundiais, em termos econômicos, nas últimas 4 décadas, o Vietnã atingiu um dos maiores crescimentos socioeconômicos do planeta, crescendo o seu produto interno bruto (PIB) a pouco mais de 7% ao ano, e a extrema pobreza sofreu redução para 5%.
As previsões do Banco Econômico Mundial estimam que a República Socialista do Vietnã se torne um país em desenvolvimento até a década de 40 dos anos 2000, vindo a se consolidar como um dos países mais riscos da Ásia, entrando para o seleto grupo dos “Tigres Asiáticos”.
Ao término da Guerra do Vietnã, contra os Estados Unidos, o país estava em completas ruínas e com as condições de vida das pessoas a níveis paupérrimos. O Partido Comunista do Vietnã se encarrega de, sob o regime ditatorial, colocar a economia do país para funcionar sob a égide das ideias marxistas em que o Estado é detentor de todas as riquezas, bens e patrimônios em prol da coletividade.
Houve estatizações de empresas privadas, relativa redistribuição de terras entre a classe trabalhadora e a centralização da economia em torno do sistema de governo socialista.
Esse sistema gerou inflação de três dígitos ao ano para o país asiático, elevando ainda mais os níveis de desigualdade, pobreza e fome, que assolaram o povo vietnamita até meados dos anos de 1986, quando então o governo opta por uma descentralização econômica radical, passando a admitir a propriedade privada, a privatização de suas inúmeras empresas (reduzindo o número, até o ano de 2014, de 12.000 para 600 empresas estatais), a desvalorização da moeda e a abertura do mercado econômico, quando decide fazer parte de acordos bilaterais envolvendo o seu antigo inimigo, os Estados Unidos.
Esse acordo, por ter sido um sucesso de início para a economia vietnamita, possibilitou ao governo assinar acordos comerciais também com o Japão e com a União Europeia, assim diversificando o mercado de importações e exportações de produtos nacionais e internacionais.
Um dos fatores de influência para a abertura econômica do Vietnã para o mercado foi a queda de seu maior aliado, a União Soviética, obrigando assim não somente o país da antiga indochina francesa a forçar uma abertura econômica, mas outros países que o seguiram depois, tais como as antigas repúblicas que formavam a URSS, Cuba, Laos, Camboja e a poderosa China.
O modelo econômico do Vietnã foi se modernizando e se adaptando ao longo das décadas, e hoje o país já é visto como uma futura potência econômica da região, que poderá fazer frente à Coreia do Sul e até mesmo ao Japão.
Porém, limitações significativas tornam o país preso ao sistema de governo, como o sistema socialista, que admite a governança apenas de um único partido e a centralização política, o que ocasiona em limitações em direitos fundamentais como os de países desenvolvidos, a exemplos: a liberdade de expressão e a realização de eleições livres.
O chamado “milagre econômico” que vem acontecendo com o Vietnã ao longo dos anos pode ensinar a países como o Brasil o caminho a ser seguido para a modernização de sua economia.
Redigido por: Walisson Jonatan de Araújo Maia