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terça-feira, 3 de setembro de 2024

Iluminação para valorizar obras de arte e livros no décor

Por meio de uma combinação de luzes diretas, difusas e inúmeras formas de brincar com luminárias, arandelas e abajures podem transformam por completo o ambiente

Pode reparar: um ambiente sem toques de arte sempre passa aquela sensação de que algo está faltando. Na sua diversidade, pinturas, esculturas e outros objetos decorativos demonstram a personalidade do morador e o seu apreço por aquela seleção exposta em unicidade com o projeto de arquitetura de interiores. Mas como exaltar a beleza e a magnitude dessas obras que estão inseridas com o intuito de serem vistas e apreciadas?

Além de trazer luz aos espaços, a iluminação entra em cena com o propósito de exaltar. Posicionadas estrategicamente, ela ajuda a criar sensações, ampliar espaços, ressaltar a decoração e contribuir com a valorização e assertividade do projeto como um todo. Características estas que fizeram parte do desenvolvimento da “Livraria com Arte”, espaço criado pela arquiteta Caru Cunha para a 36ª edição da CASACOR São Paulo, que segue aberta ao público até o início de agosto.

“No caso da livraria, trabalhamos com algumas luzes difusas diretas, como os perfis lineares sob as mesas e o pendente sobre o pufe central. Esse equilíbrio traz aconchego e sensação de acolhimento, além de controlar a projeção de luz e sombra”, aponta a arquiteta Caru Cunha, responsável pelo trabalho ao lado de Sílvia Camargo e da artista plástica Nana Cunha.

Estantes valorizadas pela iluminação de trilhos e spots com fachos focados e fechados compõem o circuito fluido da Livraria com Arte, projeto de estreia de Sílvia Camargo, Caru Cunha, e Nana Cunha na CASACOR São Paulo 2023 | Foto: Rafael Renzo

Repleto de livros e obras de arte, o ambiente desvenda a magnitude desses objetos e o quão protagonistas eles podem ser não somente em um local dedicado a eles, mas também no dia a dia, dentro de casa.

A luz adequada também pode combinar iluminação difusa ou direcionada a partir do uso de luminárias e abajures. Além de proporcionarem um ponto de iluminação, são ferramentas que agregam no décor de interiores por meio dos inúmeros estilos, designs e materiais disponíveis no mercado. 

Desde os modelos clássicos aos mais modernos: os abajures favorecem o ambiente! Elementos decorativos por si só, tornam-se visualmente atraentes e complementares, como é possível ver na imagem à esquerda. A frase dourada na capa do livro brilha aos olhos sob a luz próxima | Foto: Arthur Matos

É interessante pensar que a luz direta ainda tem mais efeito sobre a arte em áreas de sociabilização. Entretanto, alguns cuidados são de extrema importância, como a proteção contra os raios UV e o excesso de calor, que podem danificar as cores dos materiais mais sensíveis. 

Em mais um projeto assinado pela arquiteta Caru Cunha, no living integrado com a sala de jantar, novamente as fitas de LED e spots embutidos nos forros transformaram os ambientes voltados à convivência e bem-estar entre os moradores e seus convidados. Com o efeito ripado da marcenaria que reveste toda a parede, as luzes ressaltam a obra de arte que adorna as costas do sofá | Foto: Marina Scalon

A lâmpada LED, opção usada na livraria, é a alternativa mais aconselhada e sustentável. Com um consumo de energia menor, sua luz fria não emite radiação, tampouco calor, e pode ser encontrada na cor branca e amarela. 

Antes de qualquer instalação luminosa, faz-se imprescindível avaliar a adequação da luz em relação ao material que será exposto sob ela. Temperatura, distância e cor influenciam na manutenção, seja de livros ou objetos de arte em museus, ambientes comerciais e residenciais | Foto: Marina Scalon

Para garantir a durabilidade

Os danos causados pelo mal uso são a alteração nas cores originais, desgaste do material, manchas amareladas ou desbotamento, a depender da matéria prima. Para cada obra de arte, existe um nível máximo, tanto de luz, quanto de incidência de raios UV. Há também um tempo máximo de exposição anual que esses materiais suportam e que devem ser respeitados.

Na sala de estar assinada pela arquitetura Caru Cunha, os spots produzem um jogo de sombras que valorizam as obras de arte dispostas no móvel | Foto: Arthur Matos

De acordo com a arquiteta Caru Cunha, os objetos de arte são divididos em três categorias, segundo as normas técnicas internacionais e de acordo com sua composição:

Pouco sensíveis: metal, pedra, vidro, cerâmica.

Moderadamente sensíveis: pinturas (óleo, tempera), couros naturais, tecidos com tinturas estáveis, chifre, osso, marfim, madeiras finas e lacas.

Extremamente sensíveis: pinturas (guache, aquarela e similares), desenhos, manuscritos e impressos, selos, papéis em geral, fibras naturais, algodão, seda, rendas, lã, tapeçarias, couro tingido e peles e peças da história natural.

No caso dos livros, também é indicado protegê-los da luz natural, uma vez que a grande incidência de luz, seja artificial ou solar, agem no processo de desbotamento e amarelamento do papel, além de adiantar o processo de acidez natural em publicações em papel de madeira (modernos).

Hora de relaxar

Quando se fala em um cantinho de leitura, é imprescindível levar em consideração o conforto visual. A iluminação em excesso, assim como a sua falta, afeta negativamente a visão. “A luz direta é a mais indicada para leitura, sempre analisando a emissão de luz, potência elétrica, reprodução e temperatura de cor”, alerta a profissional. As lâmpadas de filamento em LED são ótimas neste quesito, pois seu tom amarelado é perfeito para a concepção de uma atmosfera agradável e acolhedora.

O aconchego é a característica mais buscada na construção de um cantinho para leitura, algo proporcionado em grande parte pela iluminação adequada, como mostrado na “Livraria com Arte” por meio da montagem da área usando a poltrona Pirarucu e o banco Ianomami, ambos de Sérgio Matos. A dupla de fotos que retratam o Rio de Janeiro e a Bahia, pertence à Série Paisagens do Brasil, de Nana Cunha | Foto: Carolina Mossin

Sobre Caru Cunha 

Formada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Estadual Paulista (UNESP – Bauru), Caru Cunha atua na área desde 2001. Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversas áreas da profissão, como em projetos de edifícios residenciais, corporativos, residência e interiores. Mãe, esposa e profissional, Caru adquire, em cada aspecto de sua vida, experiências que agregam conhecimentos importantes no que diz respeito ao trabalho, observando o ser humano e concebendo espaços inesquecíveis para cada indivíduo. Participando de cada decisão do planejamento, procura atender às expectativas daqueles que depositam nela a confiança em tirar o sonho do papel. 

Instagram: @carucunha_arquitetura

Autora:

Flávia Ávila

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