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sábado, 23 de novembro de 2024

DEBATES MOSTRAM QUE CAPACITAÇÃO DA AUDITORIA FOI REFORÇADA COM OS EFEITOS DA PANDEMIA

O ano de 2020 trouxe ao ambiente de auditoria uma série de mudanças, incluindo entre elas a forma de se trabalhar. Mas junto às mudanças, trouxe desafios que culminaram em pontos positivos como, por exemplo, a rápida adequação à tecnologia e adoção do home office como modelo de trabalho habitual da auditoria.

Questões como essas foram debatidas na última edição do Ciclo de Integração dos Controles, que foi realizada em novembro de 2020 e transmitida ao vivo pelo YouTube, no canal do Tribunal de Contas da União (TCU). O tema da edição foi “Do distanciamento presencial à aproximação digital: futuro da auditoria”. O evento contou, entre outros, com a participação do secretário-geral de Controle Externo do TCU, Paulo Wiechers, que destacou em sua fala inicial o aspecto catalisador da pandemia, afirmando que o momento pede uma profunda reflexão acerca das formas de trabalho e em relação ao aproveitamento dos recursos tecnológicos da auditoria. Segundo Wiechers, “enquanto a aproximação digital tornou os auditores mais distantes dos auditados no dia a dia, ao mesmo tempo os colocaram mais presentes em cada momento”.

A auditoria independente, dentro das diretrizes da governança corporativa, é um processo importante, que exige cumprimento de prazos e informações precisas, tornando ambos os lados, auditores e auditados, atentos aos protocolos e planejamentos, evitando que a qualidade da auditoria não seja afetada pelo distanciamento. Levando em conta que os efeitos econômicos decorrentes da crise gerada pela pandemia da COVID-19 resultaram em impactos que já são refletidos nos relatórios e demonstrações financeiras das empresas, a área de auditoria provou durante a pandemia estar preparada para auxiliar seus clientes, tanto com pessoal quanto com tecnologia.

Em 2018, antes da pandemia, a 8ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente, promovida pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), apontou como uma das maiores dificuldades das Firmas de Auditoria Independente de Pequeno e Médio Porte o desafio de encontrar talentos multifuncionais. Já na pesquisa da Mazars, “O futuro da auditoria: visão de mercado – mitos, realidades e caminhos a seguir”, realizada em setembro de 2020, em meio à pandemia, os entrevistados apontaram a tecnologia como fator de melhoria na qualidade da auditoria e inclusive enxergam a mesma aperfeiçoando habilidades dos auditores, sem o risco de substituí-los. A pesquisa foi respondida por quinhentos usuários de auditoria e tomadores de decisão de doze países, e resultou em 93% que acham que a tecnologia economiza tempo e 92% que a consideram uma ajuda aos auditores para melhor analisar e questionar os dados.

Ainda na pesquisa “O futuro da auditoria: visão de mercado – mitos, realidades e caminhos a seguir”, os entrevistados confirmam como atributos essenciais de um auditor o pensamento rigoroso e forte senso de organização (53%), pensamento crítico (50%), escuta (49%), discrição (44%) e proatividade e criatividade (44%). De acordo com Aderbal Hoppe, sócio de auditoria da TATICCA – ALLINIAL GLOBAL, não só a tecnologia tem inovado os trabalhos de auditoria, mas também a cultura e o comportamento. “O comportamento inovador também é entendido como a capacidade de gerenciar pessoas e atentar para o aprendizado constante. Em uma crise como essa, os líderes de auditoria precisam reunir pessoas de diferentes especialidades funcionais para trabalhar em prol de um objetivo comum de continuidade dos negócios. Formando equipes multifuncionais, os colaboradores ganharam novas habilidades por meio do compartilhamento de conhecimento com diversas funções, aumentando assim o seu engajamento, introduzindo novos comportamentos e criando, mesmo à distância, espírito de equipe”, diz Aderbal.

O ano de 2020 foi extremamente desafiador e imprevisível para a auditoria, que precisou estar diariamente atenta às mudanças e alterações em legislações e prazos, objetivando orientar seus clientes de forma rápida e efetiva. Entretanto, para Aderbal Hoppe, a expectativa para a auditoria é positiva, principalmente pelos skills obtidos nos desafios em lidar com a pandemia. Segundo Aderbal, “um fator que não pode ser negligenciado é a constante atualização dos profissionais de auditoria, que continuarão encontrando desafios e precisam estar atentos às mudanças nas normas contábeis, já que o Brasil adotou há alguns anos as normas internacionais de contabilidade e auditoria, o International Financial Reporting Standards (IFRS) e o International Accounting Standards Board (IASB), que permanentemente fazem e aperfeiçoam seu conteúdo.

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