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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Retalhos de amor

Um lencinho banhado de pranto,
Que alguém a chorar jogou fora
Um rastinho na beira da estrada,
À indicar que um amor foi embora
Duas letras gravadas no tronco
De uma linda paineira em flor

São, são, são, meu senhor,
São retalhos de amor.
São, são, são, meu senhor,
São retalhos de amor.

Hoje resolvi buscar inspiração nas canções que ouvia quando criança. Como já disse aqui várias vezes, nós viemos do interior, e por esse motivo, o que mais se ouvia em casa… e no bairro… era a música caipira do sudeste. Eu enfatizo que éramos da região do sudeste, pois hoje quando se fala em música caipira a visão que as pessoas tem de imediato é Centro Oeste e Nordeste do país… a tradição do Sudeste praticamente foi apagada pelas tradições das outras regiões. E, sim, há diferenças em como cada região trata suas histórias e tradições passadas. Hoje praticamente não existe mais uma cultura caipira no sudeste. Em todos os cantos que você vá a influencia do Centro Oeste e do Nordeste são muito fortes. Você até encontra alguns resquícios de nossa cultura, explorando as cidades pequenas do interior, mas não é mais tão fácil assim de achar… em todo caso, não é sobre isso que eu vim aqui falar com vocês, hoje…

Quando conhecemos o primeiro e único amor de nossas vidas (toda nova relação que se inicia é nosso primeiro e único amor… as relações anteriores foram enganos de nossa parte…) o mundo parece se iluminar muito mais. O céu fica mais azul, o sol fica mais radiante, a lua, mais prateada, aparecem muito mais estrelas no céu a noite… o gorjeio dos pássaros é muito mais lindo, o perfume das flores fica mais inebriante…

Quando estamos ao lado de nosso amor, a vida é simplesmente linda, não é mesmo? As coisas mais simples que partilhamos com  eles tornam-se tesouros inestimáveis e tanto um quanto o outro os guarda com todo o carinho do mundo. Sim, pois afinal aquilo que recebemos de nosso par é a prova incontestável de que nosso amor  nasceu para durar por toda a eternidade… mas… e sempre existe um “mas” em nossas vidas… a felicidade parece não ser uma coisa eterna… e chega um momento que, tal e qual a chama de uma vela, o amor que era para ser eterno vai se extinguindo aos poucos, até que finalmente se apaga de vez…

E, quando nos deparamos com um bilhetinho a muito por nós esquecido em algum recanto, quando encontramos aquela fita que veio junto a uma prova de amor que nos havia sido ofertada… ou até mesmo aquela foto que pensamos que tivéssemos a muito rasgado… nos trazem uma onda de recordações de um tempo que foi simplesmente maravilhoso e que já passou…

Nos lembramos, então, dos passeios de mãos dadas, do beijos trocados, das juras de amor eterno… até o ápice final, quando ele chegou e disse que tudo tinha terminado, que a culpa não era nossa, mas sim, dele… e que iríamos encontrar alguém melhor, que realmente nos amasse… e então partiu, sem ao menos olhar para traz, nos deixando com o coração despedaçado e com lágrimas a correr por nossa face… e tudo que nos restou foram pequenos retalhos deste amor, que volta e meia vem nos fazer recordar outros tempos, quando o nosso mundo era bem mais simples, mesmo que nos parecesse tão complicado…

São oito horas e quinze minutos deste domingo lindo e maravilhoso, com os termômetros marcando vinte e três graus, mas já sinalizando uma tempestade para mais tarde…

Que Deus nos conceda o mais belo de todos os domingos que já vivemos em nossas vidas… até amanhã, se ele assim o permitir…

Autora:

Tania Miranda

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