“Você tem sangue de Maria Bonita”, será que essa comparação é mesmo positiva?
A frase foi utilizada por Fred Bonifácio no realista BBB, transmitido pela rede Globo, para motivar outra participante, num momento que ela estava fragilizada.
Quem foi Maria Bonita?
Sem eufemismo, sem mistificação, mas Maria Gomes de Oliveira foi uma transgressora, torturadora na qual falaremos mais adiante.
Conhecida como Maria de Dea, após a sua morte Maria Bonita, foi a primeira mulher a participar do grupo de cangaço, companheira de Virgulo Ferreira, famoso Lampião.
Ingressou no grupo por vontade própria, não foi raptada, nem estuprada como acontecia com a maioria das outras mulheres da quadrilha.
Torturadora
Existem registos que ela ajudava a torturas as vítimas de lampião, arrancava os brincos até rasgar os lóbulos.
As outras mulheres não participavam das ações, eram vítimas forçadas a estarem com o bando, mas Maria era ativa nos atos.
Não se incomodava com os abusos, opressão, agressão sexual que as suas colegas cangaceiros sofriam, pelo contrário, apoiava que as mulheres adúlteras do bando fossem assassinadas.
Conhecimento histórico
É necessário conhecer a história, os verdadeiros registos da época, para não mitificar bandidos, em heróis.
Evidentemente a Marília do BBB 23, não conhece a verdadeira história de Maria Bonita, caso contrário se sentiria ofendida e não dignificada.
Alguns grupos ou mulheres, exaltam ela como um exemplo de feminismo, uma referência para as mulheres.
A mesma que torturava, arrancava glóbulos, incentivava assassinato de outras mulheres, conveniente em presenciar, constantemente, estupro das outras do grupo pelos cangaceiros.
Fica a reflexão de quem são os seus heróis, os seus exemplos de vida e de empoderamento.
Autor:
Adriano Soares da Silva
As volantes (polícia) e os coronéis eram igualmente homocídas e torturadores, mas é claro que isso não justifica os crimes dos cangaceiros, Porém, era uma época em que basicamente o povo de bem não tinha para onde correr, pois era oprimido de agredido de todos os lados. Não sou nenhum fã de Maria Bonita, mas dado o contexto do período, ela teve sim o seu valor visto que falamos de um tempo em que a mulher não podia fazer nada sem a licença do marido. Sei que muitos vão criticar o meu posicionamento, mas se formos julgar o passado pela prerrogativa do presente, grandes nomes como Alexandre O Grande, Napoleão Bonaparte e Júlio César por exemplo, deveriam ser tratados igualmente como assassinos, afinal mataram milhares de pessoas durante suas conquistas e períodos de regência.