Especialista afirma que, ainda hoje, a luta pra conseguir representatividade em um setor majoritariamente masculino não é fácil
Sendo a única mulher entre sete irmãos e filha de um lavrador e uma empregada doméstica, Enedina Alves Marques foi a primeira mulher a se formar em engenharia no Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil.
Ela completaria 110 anos nesta última sexta-feira (13) e foi a homenageada do dia na página do Google. Apesar de todo o cenário adverso e repleto de desafios, Enedina marcou história na engenharia brasileira.
Ela cursou a faculdade de Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Após formada, participou de diversas obras que a deixaram conhecida, como por exemplo, o Plano Hidrelétrico do Paraná, o Colégio Estadual do Paraná, a Casa do Estudante Universitário de Curitiba (CEU) e a Usina Capivari-Cachoeira, que é considerada o seu maior feito como engenheira.
Ela abriu as portas para que outras mulheres alcançassem espaço na área. De acordo com a pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea), o percentual de mulheres registradas como engenheiras no Brasil corresponde a 19,3%. Ou seja, de cada cinco profissionais da área, apenas uma é mulher.
“A luta para conseguir representatividade em um setor majoritariamente masculino não é fácil. Os resultados recentes do setor são animadores, porém não o suficiente, mas seguimos em busca de mais inclusão”, avalia a especialista Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, maior empresa especializada em overlays da América Latina.
Tatiana participou de grandes projetos como as Olimpíadas do Rio 2016, a Copa do Mundo do Brasil 2014, GP de Fórmula 1 de São Paulo, Jogos Sul-Americanos de 2022 do Paraguai, entre outros.
Agora, no 110° aniversário de Enedina Alves Marques, vemos a importância de seu ato desbravador, que trouxe impactos positivos na história, dando esperança e incitando a ousadia para as futuras gerações de engenheiras.
Autora:
Daniele Ferreira