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segunda-feira, 22 de julho de 2024

Congelamento de óvulos é opção para as mulheres que desejam adiar a gestação  

Especialistas em Reprodução Humana da clínica Fertipraxis revelam que o procedimento é o melhor caminho para preservar a fertilidade feminina    

É cada vez maior o número de mulheres que tem adiado a maternidade, seja para se dedicar à carreira e aos estudos, ou porque não encontraram o parceiro ideal. A ascensão feminina no mercado de trabalho acompanha o número crescente de indivíduos sem um parceiro definido para formar uma família. Mulheres hoje, aos 40 anos, sentem-se bem e tem a disposição dos 20 anos da geração das nossas avós. Mas, estas mulheres mais jovens do ponto de vista físico e comportamental, tem um relógio biológico que não acompanha essa evolução. Atualmente, a idade em que a maioria das mulheres considera engravidar coincide justamente com a queda de sua capacidade reprodutiva pelo envelhecimento dos óvulos que tem a sua idade cronológica, e vão amadurecendo ao longo da vida. De acordo com dados preliminares da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), a procura pelo congelamento teve um crescimento de cerca de 200% de 2006 até hoje. O Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), monitorado pela Anvisa, em seu último levantamento, aponta também que entre 2016 e 2017 a procura por esse procedimento cresceu 20%. “A melhor opção para quem deseja preservar o potencial da fertilidade é o congelamento de óvulos. A idade avançada acaba afetando a reserva de óvulos saudáveis, o que pode impossibilitar a gravidez da mulher de forma espontânea. Com o advento do congelamento de óvulos é possível tentar a gravidez no futuro”, ressalta a especialista em reprodução Humana da clínica Fertipraxis, Dra. Maria do Carmo Borges de Souza.   

Para o Dr. Marcelo Marinho, também especialista em Reprodução Humana da Fertipraxis, apesar do congelamento de embriões ainda ser apontado como a melhor maneira de atingir o resultado esperado nos ciclos de reprodução assistida, os resultados de gravidez a partir de óvulos congelados já são equivalentes aqueles apresentados por embriões congelados. “As novas técnicas de congelamento e descongelamento de óvulos já apresentam resultados de sucesso, de modo que atualmente já se fala inclusive em definir o congelamento de óvulos como o tratamento padrão para a preservação de fertilidade em mulheres.”    

Já para o Dr. Roberto de Azevedo Antunes, diretor médico da clínica, é preciso considerar que o congelamento de óvulos evita a ocorrência de questões éticas importantes que surgem a partir do congelamento dos embriões, como por exemplo, a discussão sobre o destino de embriões caso um casal se separe, ou o que fazer com os embriões excedentes quando o casal consegue ter seu filho. Em última análise, o congelamento de óvulos permite que uma mulher mantenha sua autonomia reprodutiva. “O congelamento de óvulos segue como tratamento muito bem fundamentado e como recomendação por parte das sociedades europeia e americana para pacientes com baixa reserva que não tenham pretensão de engravidar a curto prazo, tenham diagnóstico de câncer ou risco de perder os ovários. O congelamento social também tem uma indicação bem fundamentada principalmente em pacientes entre 30-35 anos sem perspectivas de ter filhos.”-Destaca o médico que também é Diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro e Diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução.  

Qualidade dos Óvulos   

O sucesso da gravidez depende da idade dos óvulos, e não da idade da mulher quando se dá a transferência do embrião. Considera-se que o ideal é congelar os óvulos até os 35 anos de idade, antes do início do processo de envelhecimento dos óvulos, quando os resultados são menos favoráveis. Estima-se que um bebê do sexo feminino tenha cerca de 2 milhões de folículos, de onde saem os óvulos futuramente. Ao longo da vida esse estoque vai diminuindo e, já na puberdade, cai para cerca de 500 mil. Com a proximidade da menopausa, por volta dos 50 anos, restam aproximadamente 2 mil óvulos.     

Entenda a diferença entre congelamento de óvulos e embriões    

O embrião se forma quando o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide. A técnica de congelamento consiste na utilização de substâncias químicas (crioprotetores) para proteger as células do frio e assim permitir que elas sejam conservadas congeladas. A principal diferença é em relação ao descarte. Enquanto os óvulos podem ser descartados livremente, o descarte de embriões envolve questões legais e éticas.  Para se ter embrião, é necessário ter óvulos e espermatozoides. Logo os embriões são de responsabilidade do casal. E qualquer atitude quanto a eles tem de ser autorizada por ambos.  Já os óvulos são propriedade exclusiva da mulher e ela decide o que fazer com eles. Outra questão importante é que a legislação brasileira impede o descarte de embriões com menos de 03 anos de congelamento, ou seja, o casal tem que arcar com os custos de manutenção do congelamento, ou então, optar pela doação dos embriões que está prevista nas normas do Conselho Federal de Medicina.  

Autores:

Sobre Dra. Maria do Carmo Borges de Souza   

Graduada em Medicina com Mestrado e Doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora da UFRJ e Livre – Docente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Presidente da REDLARA – Rede Latino Americana de Reprodução Assistida. É membro da American Society for Reproductive Medicine (ASRM) e da European Society of Human Reproduction and Embriology (ESHRE). Membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida – SBRA; Diretora da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro e Diretora Médica da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana.   

Sobre Dr. Roberto de Azevedo Antunes   

Graduado em Medicina com Especialização em Reprodução Assistida e Endoscopia Ginecológica. Mestre em Ciências da Saúde, com ênfase em Fisiologia Endócrina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É Diretor Médico da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana, Diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro e Diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida- SBRA. Doutorando em Ciências da Saúde, pelo programa de Endocrinologia da UFRJ.  

Sobre Dr. Marcelo Marinho de Souza   

Graduado em Medicina com Mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Diretor Médico da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana, especialista em Reprodução Humana com títulos pela Rede Latino Americana de Reprodução Humana (REDLARA) e Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). É membro da American Society for Reproductive Medicine (ASRM) e da European Society of Human Reproduction and Embriology (ESHRE).   

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