Dentro da faculdade de Psicologia, pouco aprendemos sobre o ambiente organizacional, já que o foco é muito grande na clínica. E o pouco que aprendemos, não passa daquela teoria maravilhosa, que nunca é posta em prática. Porém, durante o meu curso, eu pude desenvolver algo muito forte. Desenvolvi uma característica fundamental para aquela pessoa que não quer permanecer na zona de conforto e está sempre querendo melhorar: o senso crítico.
É indiscutível que as empresas que não buscam por uma melhoria voltada para a tecnologia vão, cada vez mais, ficar para trás no mercado. E apesar da tecnologia ser, em grande parte, a responsável pelo aumento da produtividade dos colaboradores, existe algo que ainda não é visto com a importância que deveria ter: a cultura organizacional.
Chiavenato definiu a cultura organizacional como: […] o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes expectativas compartilhados por todos os membros da organização. […]
É nesse momento que vemos a grande dificuldade de se criar uma instituição com uma boa cultura para o meio externo e, principalmente, interno. Muitas vezes, vemos valor somente para aqueles que nos geram lucro, mas aqueles que estão fazendo a máquina rodar também precisam de valorização e sentimento de pertencimento.
Normalmente, muitas instituições pregam que as normas e valores sejam disseminadas para o público com palavras bonitas e com um profundo significado, como “empatia, resiliência, trabalho em equipe, inclusão e diversidade”, entre tantos outros termos. Mas são nesses significados que as coisas começam a desandar.
Empatia: A empresa realmente se faz empática quando não se importa em demitir um funcionário um dia antes de seu aniversário?
Resiliência: Talvez a melhor desculpa para se criar um ambiente tóxico, com líderes tóxicos e promover a necessidade de desenvolver a resiliência para justificar essas atitudes.
Trabalho em equipe: Existe o trabalho em equipe quando o líder favorece alguns
funcionários por serem “amigos” ou “favoritos”? Será que isso se faz justo com todos?
Inclusão e Diversidade: Os termos do momento para a criação de uma boa imagem. Será que contratar profissionais considerados de minorias sociais e os colocar em cargos operacionais sem visão de crescimento é algo inclusivo? Ou então, segregar outros grupos em função de idade ou região, faz da instituição diversa?
Em nosso país, empresas voltadas a tecnologia estão crescendo, assim como empresas que realmente olham para os seus colaboradores, mesmo que em uma proporção menor
Nós, como pessoas e indivíduos empáticos, temos a obrigação de fazer não somente uma transformação digital, mas também uma transformação cultural. A cultura está presente em todos os seguimentos de nossa vida. O trabalho se faz presente em nossas vidas. Não podemos separá-las, precisamos uní-las.
Autor:
Carlos Eduardo Cerqueira Pimenta