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quinta-feira, 25 de julho de 2024

Seu negócio é deep tech?

Não é de hoje que pautas sobre emissão de carbono são levantadas diariamente. No final do ano de 2021, o Governo brasileiro se comprometeu, durante sua participação na COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), a reduzir pela metade a emissão de gases de efeito estufa até 2030. A verdade é que quase metade das emissões brasileiras são geradas pelo desmatamento ilegal. A outra metade cabe às empresas e a pergunta que fica é – o que a iniciativa privada tem feito para cumprir a meta?

Para se ter uma ideia, o protocolo do GHG Protocol (Greenhouse Gas Control), classifica os gases em escopos. O Escopo 1 compreende todas as emissões diretamente ligadas  à produção das empresas. O Escopo 2 está relacionado às emissões da geração de eletricidade que a companhia consome. O escopo 3 trata das emissões indiretas – aquelas que  acontecem no decorrer da cadeia de produção da atividade do responsável. Recentemente, as grandes agências de fundos de investimentos estão considerando o escopo 4 como a próxima fronteira de divulgação das organizações. Segundo eles, esta nova nomenclatura auxilia as empresas dispostas a se comprometer com compromissos relacionados ao clima não somente na contabilização de seus danos de emissão, mas também a quantificar os benefícios indiretos provenientes da sua solução. Falarei melhor sobre esse tema em um próximo artigo.

A verdade é que algumas empresas já têm feito uma movimentação para mitigar a emissão de carbono. Como é o caso da Pepsico, que tem como objetivo a neutralização do C02 e afirmam que até o fim de 2022, todo o plástico das garrafas de Pepsi na Europa deve ser de reciclagem (a garrafa PET reciclada da marca tem 30% a menos de carbono). Já a Natura, por exemplo,  com a missão de zerar as emissões até 2030, mudou a forma de entrega dos produtos do e-commerce em São Paulo, onde passou a operar com bicicletas e veículos elétricos. Outra iniciativa vem do grupo Arezzo &Co, que quer modificar o caminho para chegar à origem da sua principal matéria-prima, o couro, se comprometendo a ter a rastreabilidade completa da cadeia até 2024.

Todo esse cenário só tem sido possível devido a implementação de soluções tecnológicas conhecidas como “deep techs”, que permite com que as empresas consigam acompanhar e gerenciar, em tempo real, toda a rastreabilidade de seus resíduos, estar compliance com a legislação por meio do blockchain e inteligência artificial, que proporciona melhorias em todo esse processo. Além disso, a tecnologia também auxilia os clientes a reportar os principais indicadores ESG, entre outros fatores.

Segundo a Open Earth Foundation, uma organização sem fins lucrativos criada em 2020, a junção de soluções de big data, machine learning, IoT e outros, com sensores, câmeras e dados de satélites, por exemplo, é o combo perfeito para conseguir rastrear com precisão o cumprimento das promessas climáticas. E aquelas empresas que estão comprometidas com o propósito da descarbonização têm encontrado na rastreabilidade de seus resíduos uma aliança perfeita para diminuir a emissão de carbono no país. 

Mas não se engane, ainda há muito a ser feito!  É importante deixarmos claro que para alcançarmos o progresso, as empresas precisam seguir corretamente todos os passos e contribuir com o melhor que podem dentro de suas áreas de atuação e produção. A questão aqui não é apenas seguir regras e entrar na moda do ESG, e sim, assumir o compromisso com a causa e fazer acontecer. 

Autor:

Guiarruda é CEO da Vertown, startup que oferece ao mercado um software que integra, centraliza e automatiza toda a gestão da cadeia de resíduos e conformidade ambiental, com capacidade de administração consciente e sustentável de todos os materiais em diferentes momentos da cadeia produtiva.

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