Não existem princesas encantadas
me esperando atrás das muralhas.
Feiticeiras ou bruxas, sereias ou fadas
nem adianta um "abracadabra"
cortar cartas embaralhadas
soltar assombrosas risadas.
Nada me faz matar dragões
erguer uma espada e encarar batalhas
velejar entre marés e tufões
escalar paredes dos castelos
fazer boca a boca e despertá-las dos pesadelos.
Quero ficar sossegado,
comer moscas na beira do lago
nenhuma maçã mágica adultera o âmago
há tempos, meu ego renunciou o espelho.
No reino dos sapos, rãs e pererecas, tenho legado
"seguro morreu de velho".