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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Amamos a nossa família?

O que é amor ?   

 Quando amamos alguém é por inteiro ou é por alguém que idealizamos e que achamos que combina conosco.

Vamos lá.

Comumente medimos o amor pelo tanto de coisas que fazemos ou recebemos de alguém que nós consideramos importante em nossas vidas.

_Se você realmente me ama, faça o que estou lhe pedindo.

_ Se você me ama, me dê uma prova desse amor.

As provas pedidas são de acordo com a maneira que conduzimos os nossos relacionamentos sejam de que âmbitos forem, amizades, filhos, pais, familiares…

Se você me ama se endivida por mim, pague as minhas contas, lave as minhas roupas, aceite as minhas amizades, escolhas, mesmo que não concorde com elas, crie o meu filho para mim porque eu preciso aproveitar a vida, você tem que me obedecer porque senão …

O amor também é demonstrado pelo que não fazemos pelo outro, deveremos mostrar com atitudes, como queremos que o outro se comporte, o comportamento tem de ser pautado nos limites e respeito mútuo.                                                                                                                                                  

Uma esposa toda vez que vai a uma reunião familiar com o seu marido, ele fica bêbado, faz escândalos, ameaças, a deixa constrangida e então ela resolve não ir mais a essas reuniões, só para não passar por tudo isto novamente e se afasta da família, em nome do amor que sente pelo marido.

O pai vive dizendo para o filho não xingar a mãe, mas não se posiciona, mostrando com atitudes de respeito com a sua esposa, ensinando com ações, que só é respeitado quem respeita independente da idade, se nada for feito ele estará condicionando o seu filho a desrespeitar a mãe, porque em nome do amor que sente pelo filho, não quer se posicionar.

Enfim se eu não gosto de como você me trata, aprenderei a não gostar de você e ainda estarei lhe ensinando a não ter consideração por ninguém.

Essa tolerância, ainda que inconsciente, não é amor é submissão ao outro, eu o amo apesar de…

Você pode amar algumas atitudes e odiar outras.

Por exemplo, fica feliz que ele lavou a louça, mas logo depois o odeia porque ele não apagou a luz, o ama quando você faz as suas vontades e o odeia quando esquece o seu aniversário.

Quando alguém faz uma maldade com você é errado, quando você ou alguém faz alguma coisa para tentar entender ou reparar esta maldade ela se torna boa?

Por exemplo, o filho se enche de dívidas e os pais são obrigados , em nome do amor que sentem pelo filho, a venderem a sua casa depois o filho tenta reparar, também em nome do amor que sente pelos pais, os colocando para morar no fundo da sua casa nova, em cômodos minúsculos. 

Se continuarmos apenas argumentando com as pessoas que dizemos amar, estaremos reforçando o comportamento que nos decepcionam, nos fazem sofrer, isto não é amor, repito, é submissão. 

O amor exige postura firme, respeito, troca de atitudes afetuosas, impor limites, mostrar com os seus exemplos, o que você gostaria que o outro fizesse, que ele também, assim como você, está aprendendo com os seus acertos e erros, não passar a mão na cabeça, isso é amor.  

Quando nos posicionamos como vítimas, incompreendidos por quem amamos, e vivemos repetindo, como ele pode fazer isto comigo?  Então é hora de repensar como está o relacionamento .Ninguém faz com a gente o que não queremos, exceto em caso de violência, em algum momento foi aberto uma brecha, para que houvesse, desrespeito, violência,…

O amor tem de nos fazer bem, aquecer o nosso coração, ele não pode ter cobranças, as atitudes devem ser espontâneas, não se deve esperar nada em troca como obrigação, as reações advindas de uma ação devem ser baseadas no respeito e na empatia, será que se fizessem para mim eu iria gostar?

Para que o amor sobreviva nas famílias, há a necessidade do autoconhecimento, conseguir um autocontrole na hora de tomar uma decisão ou receber uma crítica, saber reconhecer que errou, pedir desculpas, conseguir discernir se está sendo amada ou está se sujeitando a certas atitudes com medo de se posicionar.

Um relacionamento mais profundo, em todos os sentidos, deve ser pautado no respeito, na paciência, no entendimento do que está lhe fazendo bem ou não.

As famílias devem ter em mente que não existem pessoas difíceis de lidar, mesmo porque os outros também podem te achar uma pessoa difícil de conviver, existe falta de autoconhecimentos recíprocos, entender até onde pode ir, respeitando os sentimentos do outro e os seus, diferenciar o que é submissão e o que é amor. O amor não sufoca as pessoas e não deixa o outro se prejudicar ou prejudicar você, com medo de perdê-lo, ninguém é de ninguém, as pessoas se agrupam de acordo com as afinidades.

Amor é respeito e não tolerância, os familiares não devem se afastarem um dos outros, levados pela mágoa, raiva, incompreensão. Família ainda, apesar da mudança dos séculos, é a célula manter da sociedade, é onde o ser encontra parâmetros para se tornar um cidadão cumpridor dos seus direitos e deveres, depende de como ela for conduzida, com responsabilidade, gravidez responsável e pais conscientes de que filhos devem ser cuidados e não apenas criados.

Autora:

Teresa Armando Elios da Silva, Assistente Social e Gestora do Terceiro Setor. Trabalha com crianças, adolescentes e suas famílias o autoconhecimento.

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