O last mile é a última fronteira para ter uma logística integrada e um serviço de entrega (delivery) que realmente atenda os centros urbanos. Tal demanda não é um por acaso, mas fruto da expansão dos serviços de e-commerce e de delivery, principalmente nos últimos anos.
Olhando para o setor farmacêutico, os dados da Neotrust apontam que, somente em 2021, as vendas de medicamentos pela internet cresceram 87% e o setor teve um aumento de faturamento na ordem de 60% em relação ao ano anterior. Esses dados sugerem uma completa mudança no comportamento de consumo, bem como, o entendimento de que o last mile para as farmácias deve ser tratado como uma estratégia de saúde pública porque trabalha com a disposição de medicamentos no tempo e no lugar adequado para aqueles que precisam realizar ou manter um tratamento.
Além da mudança no comportamento de consumo, o setor farmacêutico precisa implementar uma estratégia de last mile para atender os clientes com problema de mobilidade e para atender a um público com estilo de vida cada vez mais agitado devido à dinâmica imposta pela vida urbana.
Dessa maneira, para atender de modo qualificado à população, visto que a entrega de farmácia é uma importante prestação de serviço à comunidade, os estabelecimentos devem prestar um atendimento ágil, com produtos e preços justos e taxa de entrega adequada, além de bons parceiros para tudo isso.
Além disso, o last mile se tornou o tema principal para as empresas obterem vantagem competitiva por meio dos atendimentos diferenciados, das novas experiências para os clientes, da distribuição e entregas mais econômicas e da integração com e-commerce e com plataformas de marketplace.
Engana-se quem pensa que o setor farmacêutico não tem relação com a tecnologia. Um exemplo disso são as receitas digitais para os pacientes, que hoje são feitas de modo on-line pelos médicos; os pacientes as recebem via SMS, e-mail, WhatsApp e o arquivo é aberto na própria farmácia. Isso vale para os medicamentos autorizados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em contrapartida, é preciso que as redes farmacêuticas estejam abertas para implementar a tecnologia e a metodologia, e assim, oferecer melhor experiência ao cliente. A boa notícia é que isso não precisa ser desbravado de forma autônoma. Os estabelecimentos podem, e devem, contratar empresas especializadas em logística farmacêutica para sanar essa demanda.
Em síntese, a pandemia acelerou processos que já estavam sendo implementados, e a tendência é o consumidor usar cada vez mais o serviço de entrega. Como consequência, os estabelecimentos que não oferecerem esse serviço perderão vendas e clientes. Quando o consumidor não tem uma demanda atendida é natural que ele migre para a concorrência, mas se for fidelizado ao seu estabelecimento, sua barganha diminui, pois ele está satisfeito com o que lhe está sendo ofertado.
Autor:
André Justino é CEO da Fui App, startup que realiza a entrega de medicamentos para o consumidor final – farmaventures@nbpress.com