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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

O OKR na política e na gestão

É clara a aplicação dos conceitos dos OKRs – Objectives and Key Results, ou Objetivos e Resultados Chaves – pelos políticos. Em geral, eles são exímios na arte de envolver seus interlocutores e nisso, como gestores, devemos imitá-los, pois é um aspecto muito valioso na construção dos Objetivos na gestão por OKR. Os políticos têm a capacidade de criar frases envolventes que engajam as pessoas em torno de suas agendas e com isso angariam votos para serem eleitos. Trazendo para o ambiente empresarial, imagine o gestor que, ao transmitir os planos da companhia, consiga envolver toda a equipe em torno de sua estratégia!

Diria que nós gestores temos algumas dificuldades nesta arte da comunicação para engajar o time. Quando falamos para toda a empresa, os desafios aumentam por uma série de fatores, como os diferentes níveis de compreensão que cada equipe tem sobre a estratégia, seu contexto dentro da companhia e até aspectos de interesse pessoal. Aquilo que comunicamos pode ser absorvido apenas em parte, considerando cada um somente o que lhe lhe for conveniente. O bom político se comunica com todos à sua volta. Independente dos anseios e conhecimentos de cada um, ele consegue expor o que pensa de forma clara e envolvente, para que todos se sintam parte importante do processo.

No outro lado da moeda, o dos KRs, estão os resultados chaves que os políticos erram e, com certeza, o fazem sem muita preocupação, como quando dizem: “Vou investir R? 1 bilhão em educação”. Quando fazem anúncios do gênero eles não estão muito preocupados com a viabilidade de suas promessas. Em contrapartida o gestor que quer um bom KR, ou um bom resultado, precisa atrelar sua fala motivadora a resultados possíveis, efetivos e reais, o compromisso não pode ser com um mera ação ou esforço empregado, ele precisa estar vinculado ao resultado.

Grande parte dos políticos, para não generalizar, está preocupada somente com o KR do número de votos, não efetivamente com o de solucionar as dificuldades. Poderíamos até dizer que eles têm um OKR oculto, e que não se preocupam em resolver o problema da educação, por exemplo. Aí entram alguns outros temas como transparência e sentimento de time. São eles lá e nós cá. Se tivéssemos um sistema que nos aproximasse mais dos políticos, haveria mais comprometimento por parte deles em efetivamente resolver os problemas. Neste aspecto, os gestores saem na frente, pois estão mais próximos do time e naturalmente comprometidos com os resultados que influenciam diretamente na existência de suas empresas ou na manutenção de seus cargos.

Será que o político poderia traçar um plano de OKR para toda a campanha, seguindo todas as etapas da metodologia? Sem dúvidas. E tendo a dizer que devem fazer isso, para resolver o OKR deles, já o da população, não sei.

Quando eleito, seja para o legislativo ou executivo, o político naturalmente poderá gerir sua carreira, ou gestão, usando a metodologia, traçando planos claros que levem em conta as prioridades da população, comunicando seus objetivos de forma clara e transparente a todos os envolvidos e trabalhando pela solução dos problemas. O detalhe é que se perdem no caminho, quando interesses pessoais e de aliados ganham maior proporção e destaque que o de seus eleitores. Seria o mesmo que o gestor ignorar sua equipe e trabalhar em prol de amigos e parceiros de fora da companhia.

Autor:

Pedro Signorelli tem 20 anos de experiência no mercado corporativo, tornou-se especialista na implementação do método OKR. Em 2019, criou e fundou a Pragmática Consultoria em Gestão, com o objetivo de ajudar outras organizações em suas jornadas de transformação e gestão. Mais informações acesse aqui.

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