
Não quero discutir o aspecto legal de uma separação. No meu entender, toda separação deveria se basear no diálogo e, ainda, todas elas deveriam ser consensuais. Antes de discutir a divisão dos bens materiais — quem fica com o quê —, deve-se conversar muito. Uma vez acertado que não tem mais jeito, seja porque o amor acabou ou porque as diferenças de ideias se acentuaram… não importa. Se as partes forem adultas, cada um que se segure com sua mágoa. Para eles, existem bons profissionais para ajudá-los nos pós. Há terapeutas para todos os gostos, preços e casos.
Separar é difícil! Sim, é claro que haverá um desconforto. Haverá tristeza. Haverá choro dos dois ou de um lado só. Claro que, para um lado, será mais fácil do que para o outro. Mas, se não tem filhos, os adultos é que se virem, você não acha, caro leitor? Há inúmeros profissionais habilitados a ajudar nos pós separação.
Mas, se existem filhos, o caso muda de figura. Os pais, brigados ou não, têm por obrigação conversar com os filhos de qualquer idade para explicar o motivo da separação. Não importa a idade deles, é preciso explicar, tim-tim por tim-tim. Explicar… Explicar. Explicar… até que os filhos compreendam o motivo da separação. E ainda deixar para eles escolherem com quem querem ficar: morar com as mães ou com os pais. Claro que, atualmente, existe a chamada guarda compartilhada. Um juiz decide quais dias do mês os filhos ficarão com o pai e quais dias com a mãe.
Mas, a meu ver, isso é insuficiente se os pais mantiverem e deixarem transparecer suas mágoas pelo antigo companheiro junto aos filhos. Não dá para a mãe ou o pai ficar falando mal um do outro para os filhos. Isso arrasa o coração deles, que provavelmente já estará quebrado quando descobrem a separação. Eles ficam divididos. Amor pelos pais não se divide. Filhos amam o pai. Filhos amam a mãe. Ambos, incondicionalmente! Eles, salvo casos especiais, amam igualmente seus pais e suas mães!
É imprescindível que nenhuma das partes puxe a sardinha para o seu lado — falando mal um do outro nos ouvidos dos filhos. Portanto, pais, separar é um direito, mas, se tiverem filhos, poupem-nos de maiores tristezas. Afinal, eles não pediram para nascer. Como adultos, escolham lugares e momentos neutros para se digladiarem, mas não na presença de seus herdeiros.
Se está pensando em separação, avalie o emocional de seus filhos e cuide para não os traumatizar. Agora, se não há filhos, o que passou, passou; vida que segue para as duas partes…
