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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Um novo passado!

Bagagens no carro. Pé na estrada. Rodovia dos Emigrantes, com seus túneis de três quilômetros de extensão, todos bem iluminados e com seus grandes ventiladores. Como no passado, a aventura ao litoral começava… Lindo dia, sol o tempo todo. Saímos pela manhã, juntos com o canto dos galos!

Uma estrada com vegetação exuberante, erguida sobre penhascos. Uma obra de arte da engenharia. Algumas das árvores ao redor exibiam suas flores, homenageando a beleza que é a natureza.

No final da Rodovia dos Emigrantes, novas estradas menores, de beleza igual. Estávamos tão felizes! Meu filho mais velho na direção. No banco de trás, nossas esposas e minha neta. O papo, cheio de alegria durante toda a viagem, estava tão bom que nem percebemos as três horas que se passaram. Como num passe de mágica, o oceano, suas praias e os coqueiros recepcionavam nossa chegada. Uma paisagem formando um cenário digno de uma pintura tropical.

Paramos na garagem da casa alugada. Recolhemos nossas mochilas, trocamos de roupa e fomos tomar banho de mar. A praia escolhida foi Maresias, uma das vedetes do litoral norte. Essa e outras praias eu havia percorrido inúmeras vezes. Sol, lua, estrelas, quiosques com suas guloseimas típicas: lula à dorê, peixes — entre eles, o delicioso badejo. No visual, homens e mulheres trajando roupas de banho para aproveitar sua majestade, o sol. Centenas de guarda-sóis protegendo os frequentadores, com os termômetros batendo trinta e cinco graus. Parecia tudo igual aos velhos tempos de minhas idas e vindas nestas praias. Mas faltava algo… Eu não sabia distingui-lo.

Mergulhei no azul intenso do mar — o mesmo mar de sempre. Tomei cervejas. Joguei vôlei. Vi adolescentes empinando pipas. Mesmo assim, havia um aperto no meu peito. Um vazio em meu interior. Algo estava faltando…

Um dia, dois, três dias, e tudo parecia igual: praia, bons restaurantes, alegria, brincadeiras. No horizonte, barcos e veleiros singravam como antigamente. Junto comigo, meus familiares — as pessoas que mais amo! Ainda assim, no meu coração, um sentimento morno, algo sem tempero.

Resolvi então me afastar dos meus familiares para pensar um pouco. Sentado em uma pedra, num canto da praia, perguntei-me: o que falta aqui hoje? O paraíso estava completo. Foi assim que eu o conheci. Aqui tive muitos feriados prolongados de muita alegria. Foi assim que sempre desfrutei dele.

Este mar com suas praias, claro e azulado — está intacto, como sempre esteve. Cada gota de mar encontra-se aqui. O céu é o mesmo. Os coqueiros também. Então, como um relâmpago, surgiu a resposta em minha mente: “Caro amigo, nesta receita falta um ingrediente que você nunca mais vai encontrar. Sabe qual é? Sua juventude, meu amigo. Ela foi o principal ingrediente, o único que incrementou sua felicidade no passado.”

Mas considere-se um homem feliz, porque sua semente agora sabe o caminho deste paraíso. Sua felicidade pode não ser tão intensa como no passado. Por outro lado, é mais consciente e menos eufórica. Naquela época, você brindava com cerveja e caipirinha. Hoje, você se dá ao luxo de brindar com um bom vinho, escolhido a seu gosto. Vida que segue… construindo um novo passado!

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