É um fato que a comunicação tem o poder de abrir portas, estreitar relacionamentos e mudar destinos. A história da jornalista e psicanalista clínica Raquel Rocha ilustra bem isso. Em um mercado saturado de especialistas autoproclamados, a trajetória da profissional se destaca como uma narrativa de excelência real, construída em quase duas décadas de resultados concretos, credibilidade e impacto.
Jornalista de carreira sólida, estrategista em comunicação, especialista em habilidades comunicacionais e psicanalista clínica, Raquel representa um perfil raro, que mistura carisma, força e credibilidade. Uma mulher que domina não apenas o que comunicar, mas como, por que e para quem.
Nesta entrevista exclusiva, ela compartilha sua jornada — da adolescente tímida ao nome respeitado do jornalismo mineiro e, hoje, uma voz que inspira milhares nas redes sociais.
Portal — Raquel, muitas pessoas conhecem sua fase como uma repórter de destaque e apresentadora de TV carismática, mas poucas sabem sobre seu começo difícil. Quem era aquela menina que viria a se tornar essa comunicadora tão completa?
Raquel Rocha — Eu era muito tímida e observadora. Mal conseguia falar em público. Não tinha coragem de abordar pessoas que representassem alguma autoridade, para expor minhas ideias ou opiniões. A escrita foi meu primeiro espaço de expressão. No ensino médio, me tornei monitora de redação e auxiliava os outros alunos com a escrita. Certa vez, escrevi um texto que acabou virando parte de uma peça de teatro profissional. Aquilo me mostrou que eu tinha algo a dizer, e que minha comunicação podia tocar pessoas. Foi o que despertou meu interesse em cursar jornalismo na faculdade. Eu queria fazer a diferença por meio da minha profissão, dando voz a quem não tinha.
Portal — Você iniciou sua carreira cedo e em circunstâncias desafiadoras. Como isso moldou sua habilidade como comunicadora?
Raquel — Meu primeiro grande movimento foi aceitar morar sozinha no interior para ser repórter. Ali consegui transformar a timidez em força para me posicionar. Aprendi a abordar as pessoas com empatia durante as entrevistas, lidava com equipes técnicas, editores e produtores e passei a ser menos inibida. Aquela jovem entendeu que comunicação não é só voz: é escuta, presença, tempo. Como me destaquei no interior, veio o chamado para a capital. Comecei como repórter local, fazendo a cobertura de casos que aconteciam na cidade e região. Em poucos meses, fui escalada para fazer as entradas ao vivo dos telejornais da manhã. Foi nesse período que ganhei visibilidade nacional, especialmente por meio dos programas Fala Brasil e Hoje em Dia. Cada etapa exigiu técnica, controle emocional, responsabilidade social e capacidade de decisão. Comunicação não é improviso; é preparo.
Portal — Muitas pessoas até hoje comentam sobre quando você fazia as entradas ao vivo pelo Fala Brasil ou pelo Hoje em Dia, jornais que têm grande prestígio na Record TV, desde a época em que você atuava. E uma das suas características mais marcantes era sua serenidade misturada à credibilidade ao transmitir as notícias. Isso consolidou sua participação nos periódicos da casa, gerando identificação com o público e trazendo destaque para o estado de Minas Gerais. Como você construiu essa imagem e quais foram os desafios?
Raquel Rocha – Acredito que aquela imagem foi construída pela combinação de três elementos que sempre me guiaram: técnica, verdade e humanidade. Nos meus anos de Record TV, principalmente fazendo entradas ao vivo para o Fala Brasil e o Hoje em Dia, eu precisava unir precisão jornalística com serenidade emocional, porque quem está em casa percebe tudo. Meu compromisso sempre foi transmitir informação com responsabilidade, mas sem perder o olhar humano, que é o que cria conexão real.
Os desafios eram diários: lidar com temas sensíveis, entrar no ar com pouco tempo de preparo, representar o meu estado diante de um país inteiro e manter a credibilidade mesmo em situações de alta pressão. Mas foi justamente nesses momentos que aprendi o valor da presença, da coerência e da preparação emocional. Essa combinação me acompanha até hoje. Ela é a base do meu posicionamento atual: comunicar com profundidade, com competência técnica e com um senso de responsabilidade que vai além da notícia.
Portal – Sua atuação na pandemia foi considerada exemplar e inovadora. Você faz parte da implementação de um novo formato de comunicação, trazendo mais interatividade com o público. Como foi segurar esse espaço em um momento tão sensível?
Raquel — Fui chamada para substituir o Eduardo Costa, um dos comunicadores mais admirados do estado. Por ser maior de sessenta anos, a recomendação era de que ele fizesse o jornal de casa. Inicialmente, a proposta era que eu comandasse as notícias do estúdio e ele fizesse entradas pontuais ao longo do jornal para comentar os temas mais relevantes. Nossa dobradinha acabou inovando o formato do telejornal. Fazíamos um bate bola, trazendo uma visão mais analítica dos fatos, sem perder a leveza e a identidade típica do mineiro. As redes sociais da emissora explodiram em mensagens positivas. As pessoas se sentiam acolhidas. Em uma época em que o mundo estava assustado, eu precisava equilibrar precisão jornalística, serenidade e humanidade.

Portal — Hoje você é seguida por milhares e tem forte influência entre mulheres cristãs. Como esse reposicionamento aconteceu e como você considera a trajetória?
Raquel — Minha história é uma motivação para que eu mantenha a coerência sempre. O meu reposicionamento se deu de forma orgânica e com verdade. Busco viver o que anuncio. Considero que sou uma pessoa buscando constante evolução. Me especializei em habilidades da comunicação e marketing e comunicação pelo Instituto de Negócios de Berlim. A psicanálise entrou como um aprofundamento: eu queria entender mais sobre comportamento, emoções e relações humanas.
Depois de estudar comunicação assertiva e me formar em psicanálise clínica em um dos maiores institutos cristãos do Brasil, entendi que minha missão era ampliar a comunicação, da notícia para a alma humana.
Meu posicionamento atual é resultado de três pilares considero fundamentais:
1. Técnica de comunicação (voz, texto, presença, narrativa)
2. Experiência jornalística de alto risco e alta responsabilidade
3. Profundidade psicanalítica e olhar humano
Quando você combina técnica, experiência real e profundidade, o branding acontece sozinho. Autoridade nasce da prática, não do discurso.
A trajetória de Raquel Rocha evidencia uma profissional que soube transformar talento em consistência e oportunidade em excelência. Seu percurso revela não apenas conquistas, mas uma evolução rara: a de alguém que cresceu técnica, emocional e estrategicamente ao longo dos anos, sempre com firmeza de propósito.
Hoje, ela representa um perfil de autoridade que se constrói com tempo, coragem e autenticidade. Ao olhar para sua jornada, o que se destaca não é apenas onde ela chegou, mas quem ela se tornou: uma comunicadora madura, estratégica e plenamente consciente do impacto que pode gerar.
E esse impacto — sólido, real e transformador — é o que continua guiando seu caminho.
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