Segundo estudo da Branddi, em 2024, foram 72 novas ameaças de golpes na Internet por hora; CEO dá dicas para as marcas se protegerem em 2025
A Black Friday, um dos períodos mais esperados do varejo, vem se tornando também uma das datas mais visadas por golpistas. E os consumidores estão percebendo isso. No último trimestre, entre os meses de julho e setembro de 2025, as buscas no Google pelo termo “black fraude” cresceram 127%.
Para Diego Daminelli, CEO da Branddi, empresa especializada em proteção de marcas no ambiente digital, o aumento reflete um alerta importante. “Esse tipo de busca revela uma preocupação legítima dos consumidores, que estão tentando se proteger, mas também mostra que a desinformação ou a insegurança ainda estão muito presentes”, analisa.
A percepção do público não é à toa. Um estudo da Branddi, que utilizou dados próprios da empresa, mostra que as novas ameaças de golpes na Internet se intensificam em datas comemorativas — momentos em que as marcas aumentam sua presença online e os consumidores estão mais ativos nas compras.
Nos últimos 12 meses, o esquenta da Black Friday de 2024 e o Dia do Consumidor de 2025 foram os períodos com mais registros de novas ameaças detectadas pela Branddi, incluindo os meses anteriores às datas (outubro e fevereiro).
Na Black Friday passada, foram 105.567 novas ameaças, o equivalente a 1,7 mil por dia ou 72 por hora. Os setores mais atingidos foram Varejo, Moda, Cosméticos e Pet.
Já o Dia do Consumidor registrou 100.518 novas ameaças no mesmo intervalo.
Segundo Daminelli, esses picos estão diretamente ligados ao aumento da movimentação online. “Esses são momentos em que há mais gente procurando produtos e serviços para presentear. Com isso, as empresas investem em campanhas nas redes sociais e plataformas do e-commerce, além de aumentar ou criar anúncios em marketplaces, para atrair os consumidores. Mas, no meio desse movimento, crescem também os anúncios, perfis ou até sites falsos, que aproveitam o burburinho para tentar ludibriar as pessoas. E eles ainda têm tido algum sucesso, infelizmente”, afirma.
Um levantamento da Branddi feito em agosto mostrou que 82% dos clientes já se depararam com tentativas de golpes na Internet, sendo 25% deles com campanhas que imitavam lojas originais. E o dado mais preocupante: 37,4% dos consumidores caíram de fato em algum golpe desse tipo recentemente.
“Quando um consumidor é enganado por um anúncio falso, a confiança na marca verdadeira é imediatamente abalada. Blindar a reputação digital não é mais diferencial, é sobrevivência”, ressalta o CEO.
Como as marcas podem se preparar para a Black Friday 2025
Para Daminelli, o primeiro passo é criar canais de atendimento específicos para casos de golpes. “Ele pode atuar na prevenção, mas principalmente como um meio de ouvir os consumidores que virem uma tentativa de golpe envolvendo o nome da marca ou aqueles que efetivamente caírem em um”, comenta.
As empresas também podem elaborar guias de orientação e reforçar os perfis oficiais nas redes sociais, e-mails e aplicativos de mensagens, ajudando o público a identificar comunicações legítimas. “É importante reforçar o tempo todo o perfil correto da marca nas redes, mas não só: as empresas podem ajudar os clientes a descobrirem se estão comprando, de fato, na loja oficial”, diz ele, lembrando campanhas recentes feitas por bancos com esse objetivo.
Outras medidas incluem enviar newsletters com orientações de segurança e criar peças de comunicação mais difíceis de copiar, minimizando o risco de falsificação. “Ainda assim os criminosos não vão parar de usar datas como a Black Friday para atrair vítimas. Cabe às marcas se anteciparem, protegendo seus clientes e sua própria reputação digital. É exatamente aí que entra o papel da Branddi”, conclui Daminelli.

