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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Rei de Marrocos, dirige um discurso, ocasião reconhecimento do plano de autonomia pela ONU sobre o saara marroquino

O conflito regional, 1975, um dos mais antigos do norte da África, entre Marrocos e Frente da Polisario, grupo separatist, apoiado por Argel, se chegou ao fim, após a resolução da ONU,  sexta- feira passada, 31/10/2025, mobilizando todo povo marroquino, festejando tal momento histórico, que coincide com o reconhecimento do plano de autonomia.

“Após cinquenta anos de sacrifícios, inicia-se, com a ajuda e orientação de Deus, um novo capítulo no processo de consolidação do Saara marroquino, dada resolução definitiva deste conflito artificial do Conselho da Segurança da ONU,  solução consensual da iniciativa de autonomia”,  ocasião pela qual o Rei Mohammed VI, dirige-se, ontem, sexta-feira pela noite ao povo marroquino de Tanger a Laguirrat, um discurso histórico e real.

Eis o Discurso real integral:

“Louvado seja Deus, e que as bênçãos e a paz estejam sobre o nosso Mestre, Mensageiro de Deus, sua família e companheiros.

Deus Todo-Poderoso disse: ‘ Nós vos concedemos de fato a clara vitória.’  (Alcorão 48:1)

Caro povo,

E  motivo de orgulho, devido a mudança histórica, coincidindo com a comemoração do quinquagésimo aniversário da Marcha Verde, e o septuagésimo aniversário da independência de Marrocos.

Nesta ocasião, com honra e orgulho, partilhando o sentimento de tranquilidade e satisfação deste último conteúdo da resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Convivendo  com um momento crucial, da virada decisiva na história do Marrocos moderno, referentes aos  tempos anteriores de 31 de outubro de 2025, e do período posterior.

Chegou a hora de ter um Marrocos unificado, de Tânger a Lagouira, cujos direitos não vão ser mais violados por ninguém, nem as fronteiras históricas.

Caro povo,

Tendo dito num discurso anterior que, em matéria de integridade territorial, passamos de uma fase de gestão para uma fase de mudança.

Dada a dinâmica iniciada nos últimos anos, fruto de todas as frentes e domínios.

cujos dois terços dos Estados-membros das Nações Unidas consideram doravante a iniciativa de autonomia o único quadro para a resolução deste conflito.

O reconhecimento da soberania econômica do Reino sobre as províncias do sul foi um fato significativo, de decisões de grandes potências econômicas, dos Estados Unidos, da França, do Reino Unido, da Rússia, da Espanha e da União Europeia, objeto de investimento e do comércio com todas as províncias do sul do reino.

Tal constitui um motivo de se posicionar em prol de desenvolvimento e estabilidade,  a título de centro econômico e ambiente regional, da região do Sahel e Saara.

Hoje, graças a Deus, a questão entra numa fase decisiva a nível internacional, cuja dita resolução do Conselho de Segurança definiu princípios e fundamentos, capazes de levar a uma solução política definitiva deste conflito, no âmbito dos direitos legítimos de Marrocos.

À luz desta resolução da ONU, Marrocos vai  atualizar e elaborar a sua iniciativa de autonomia, apresentando-a às Nações Unidas, como base única de resolução definitiva, e de negociação, como solução realista e viável.

Aproveitando para expressar a nossa gratidão e saudação a todos os países, contribuindo nesta mudança, de posições construtivas e esforços engajados ​​em prol da justiça e legitimidade.

Saudando assim os Estados Unidos da América, sob a liderança do nosso amigo, Sua Excelência o Presidente Donald Trump, pelos esforços bases de uma solução definitiva deste conflito artificial.

Saudando  ainda os nossos amigos da Grã-Bretanha, da Espanha, bem como da França, dados  esforços e engajamentos em prol do êxito e sucesso deste processo pacífico.

Nossos sinceros agradecimentos vão ainda a todos nossos países irmãos árabes e africanos, consistentes e firmes pelo apoio inabalável e incondicional à soberania de Marrocos sobre o Saara, bem como no mundo inteiro.

Dados desenvolvimentos da questão da nossa integridade territorial, Marrocos mantém o  seu compromisso no sentido de encontrar uma solução, onde não há nem vitorioso nem perdedor ou derrotado, mas ao mesmo tempo motivo de preservar a dignidade das partes.

Considerando que Marrocos não deixa tais fatos estejam interpretados, dados desenvolvimentos  e  vitórias sobre o Saara marroquino, de longe de qualquer forma de explorá-los ou alimentar conflitos e disputas regionais.

Neste contexto, levamos um apelo sincero aos nossos irmãos nos campos de Tindouf, para aproveitar esta oportunidade histórica, e integrar e junto às famílias no Marrocos, dado plano de autonomia, capaz de contribuir na gestão de seus bens locais, e desenvolvimento da pátria, construindo um futuro melhor no âmbito de um Marrocos unificado.

A título do Rei do país, garantidor  de direitos e liberdades dos cidadãos, confirmou que todos os marroquinos vão permanecer iguais, sem distinção entre aqueles que regressam dos campos de Tindouf, ou dos demais partes fora ou dentro da pátria, Marrocos.

Perante tudo isso, chamando o meu irmão, Sua Excelência o Presidente Abdelmadjid Tebboune, para  empenhar num diálogo sincero e fraterno entre Marrocos e a Argélia, visando a superar as diferenças e construir novas relações baseadas na confiança, na fraternidade e boa vizinhança.

Reiterando também o nosso compromisso em prosseguir com os nossos esforços, revitalizando a União do Magreb Árabe, em pleno respeito mútuo, da cooperação e integração entre os cinco Estados-membros da UMA.

Caro povo,

O que conhece as províncias do sul do reino, em termos  de desenvolvimento abrangente, segurança e estabilidade, foi pelos sacrifícios de todos os marroquinos.

Assim, não podemos apesar de tudo isso, a não ser que expressar o nosso orgulho e apreço aos nossos súditos leais, habitantes das províncias do sul, reiterando e reafirmando o nosso compromisso para com os valores sagrados da nação, da unidade nacional e integridade territorial do país.

Saudando esses ​​esforços sinceros, empreendidos pela diplomacia oficial, dos partidos políticos e parlamentares, em diferentes instituições nacionais, e no sentido de resolver definitivamente esta questão da integridade territorial.

Tal oportunidade de votação do Conselho da segurança da ONU, fato coincidindo do aniversário do épico da Marcha Verde, motivo de recorder com reverência e apreço, os imensos sacrifícios das Forças Armadas Reais, da segurança e seus componentes,  famílias e parentes, ao longo dos últimos cinquenta anos, em termos de defesa da unidade da nação, da preservação, e da segurança e estabilidade.

Orando por fim pelas almas do falecido rei, venerado pai, Sua Majestade o Rei Hassan II, que Deus esteja com sua alma, junto com todos os mártires desta nação.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI

Professor e pesquisador sobre assuntos do Mercosul, Marrocos e Brasil

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