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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Temos de parar de tolerar canalhas e tarados

            Imagine as seguintes situações: (i) o marido lhe traiu porque, supostamente, há desejos não contemplados na relação conjugal, e você, diuturnamente, é bombardeado por postagens sobre amor livre, relacionamento aberto e a demanda do desejo não ser conjugável na monogamia – você, corno ou corna, sente-se culpa; (ii) seu pai apoia um político que atenta, conscientemente, contra pautas públicas, inclusive contra o próprio ambiente público onde são tomadas as decisões.

            As situações, aparentemente, são distintas. No cerne, porém, não o são. Falei sobre um tarado e, logo depois, sobre dois canalhas, o primeiro deles podendo somente ser estúpido. A cabo, meu intuito é grifar a tolerância: devemos sempre entender a posição do outro e teorias tresloucadas, colocando-nos no lugar de culpados e caretas.

            Na seara individual, cada dia menos sabemos como lidar com os canalhas, burros e tarados. Nossos contratos foram rasgados e nossa psicodinâmica confundida como se fôssemos surdos em bingo. Afinal, o desejo é de livre demanda e a monogamia o castra? O panfleto político é capaz de confundir um cidadão médio a ponto de suas boas intenções elegerem uma pauta nefasta? São perguntas que não queremos responder com medo do cancelamento.

            Eu, no entanto, respondo: o desejo sempre será modulado pelo querer, assim trair não é uma questão de expressão biológica ou de performance horrorosa contra a monogamia, mas, sim, sobre falta de caráter. Relacionamento aberto segue uma pauta possível, porém não como resistência à monogamia. Quando o discurso é claro, não há o que se dizer sobre não entendimento; o voto é expressão da canalhice no caso.

            Podemos nos posicionar para além do discurso hegemônico. Os efeitos colaterais virão de uma forma ou de outra.

Autor:

 Arthur Dartagnan Chaves Dos Santos, acadêmico de Medicina – Escola de Medicina de Piracicaba/UAM.

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