Preciso de uma paixão.
A rotina tomou conta da minha vida.
Já não me importo mais se o sol brilha,
Se chove, se faz frio ou calor.
Se a lua será minguante ou cheia.
Antes, ela me trazia as estrelas.
Hoje, mal a vejo: o céu está sempre nublado para mim.
Sempre vivi de paixões intensas,
Amores que incendiavam meu coração.
Mas desapareceram…
Agora, resta-me a rotina de um rio manso,
Sem correntezas, sem cachoeiras.
Em seu leito, nem mesmo há peixes.
Dentro de mim, há um rio morto.
Preciso de um novo barco para navegar
Quem sabe explorar novos afluentes
Que venha, urgente, uma paixão
Para incendiar novamente meu sangue.
Se você aparecer, minha querida,
Agarrar-me-ei a ti por toda a minha vida,
Pelo menos ao que resta dela.
Venha sacudir meu coração.
Venha me ressuscitar para a vida.
Sei que, sem você, não tenho mais vida.
Sem você, sou como o rio sem peixes,
Sem o seu amor, estou morto.
Sem oxigênio não dá pra viver…