Projeto mineiro divulga debut homônimo
A banda mineira Assombro de Bixo desbrava os caminhos da música brasileira com crítica social, poesia popular e musicalidades tradicionais no seu homônimo álbum de estreia. Com referências que vão do improviso do repente às sonoridades afro-brasileiras e nordestinas, o álbum propõe uma viagem sonora guiada por violão de 12 cordas, viola caipira, baixo, flauta, percussões e bateria, criando paisagens que transitam entre o lirismo e a denúncia.
Ouça “Assombro de Bixo”: http://tratore.ffm.to/albumassombrodebixo
Em “Angu Vermelho”, a banda transforma em música a indignação diante do desastre de Mariana, denunciando a lama que levou vidas e memórias e o silêncio cúmplice das instituições. Já “Das menines” aposta em lirismo e ironia para narrar um flerte em um forró, evocando afetos dissidentes e a quebra de padrões heteronormativos com leveza e brasilidade.
Outras faixas dialogam com o inconsciente coletivo e com tradições musicais brasileiras. “Cantiga ao pé da serra”, por exemplo, carrega a atmosfera da Serra de Ibitipoca e evoca imagens bucólicas que atravessam décadas, enquanto “Papagaio” mergulha na saudade, narrando a espera dolorosa de quem vê o amor partir para o mar. A mistura de temas sociais, afetivos e poéticos dá ao álbum um caráter múltiplo, que tanto denuncia quanto celebra a cultura popular e a resistência simbólica diante do caos contemporâneo.
A banda é formada por Bruno Tuler, Augusto Vargas, Victor Hugo, Edwirges Margarita, Isabel Mergh, Mariana de Assis e René Eberle. Inspirada pela cosmogonia dos mundurukus — que dá nome à banda — e homenageando o grupo setentista Bixo da Seda, Assombro de Bixo transita entre o improviso do repente e as musicalidades nordestinas e afro-brasileiras em uma proposta autoral inovadora.
O grupo também se destaca por valorizar artistas da cena de Juiz de Fora e região, como Edson Leão Ferenzini, Ricardo Aguiar Campos e Edmon Neto. Em sua trajetória, participou de importantes eventos culturais, como a 18ª edição do Festival de Viola de Piacatuba — onde conquistou o terceiro lugar interpretando “Capoeirão”, de Ricardo Aguiar —, além de apresentações marcantes no projeto Palco Central, em Juiz de Fora.
O álbum foi gravado entre o Estúdio Ladobe e o Na boca da mata – Estúdio em casa e está disponível em todas as plataformas de música. O álbum é resultado de um projeto aprovado no PROGRAMA CULTURAL MURILO MENDES (PCMM) – da Prefeitura de Juiz de Fora, gerenciado pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage – Funalfa.
Créditos: Yan Gabriel
Ficha Técnica:
Produção: Assombro de Bixo e Arnaldo Érico Huff Junior
Mixagem: Arnaldo Érico Huff Junior
Edição: Bernardo Bara Merhy e Guilf
Masterização: Nando Costa
Arte: Flavita
Fotos: Yan Gabriel
Músicos:
Edwirges Margarita da Silva Apolinário – Flauta transversal, pífano, gaita, voz, coro
Victor Hugo Silveira Pires – Viola caipira, violão de nylon, violão, guitarra semiacústica, voz, coro, atabaque, caixa, caixa de folia, timbale, caxixi, patangome, composição
Bruno Tuler Perrone – Violão de 12, violão de nylon, voz, coro
René Eberle Rocha – Bateria
Augusto Vargas Franco – Baixo, voz
Mariana de Assis Coelho – Pandeiro (couro/nylon), triângulo, congas, cowbell, shake, blocos sonoros, caixa de folia, agogô, atabaque, pandeirola, efeitos, palmas
Isabel Cosenza Mergh – Atabaque, agogô, triângulo, agbê, pandeiro, caxixi, meia-lua, patangome, efeitos, voz, coro, palmas
Erica Paula da Silveira – Coro
Arnaldo Érico Huff Junior – Guitarra, palmas
Anderson César Guimarães Zancanella – Voz
Leandro de Souza Domith – Sanfona
Bernardo Bara Merhy – (Participação técnica – edição)
Siga Assombro de Bixo:
https://www.instagram.com/assombrodebixo
Autor:
Daniel Pandeló Corrêa