Na terça-feira, 19 de agosto, celebra-se o World Humanitarian Day, data criada pela ONU para homenagear quem atua em áreas de conflito e desastres, além de alertar para as crescentes necessidades globais. No Global Humanitarian Overview 2025, a ONU estima que 339 milhões de pessoas necessitarão de assistência, número recorde que representa um aumento de 12% em relação ao ano anterior. O déficit de financiamento calculado alcança US$ 30 bilhões, equivalente a 46% do montante requisitado.
Em um cenário onde 297 profissionais humanitários foram mortos em atentados no último ano, a comunicação social assume papel decisivo não apenas para mobilizar recursos, mas também para proteger equipes em campo.
Para Gabriella Vivere, especialista em marketing do VivereGroup, a união entre dados e emoção define o sucesso de campanhas humanitárias: “comunicação social eficaz combina estatísticas contundentes com relatos reais. É ela que transforma quem assiste em voluntário, doador e agente de mudança.”
Por que a comunicação salva vidas?
A eficácia da comunicação social se revela primeiro no alcance global e no engajamento que gera. Quando a hashtag #WorldHumanitarianDay ultrapassou 800 milhões de visualizações nas principais plataformas digitais no ano passado, o resultado não se traduziu apenas em números de curtidas, mas em um significativo aumento de 28% nas doações a organizações de socorro internacional no trimestre seguinte . Esse poder de viralização permite que apelos urgentes cheguem a governos, empresas e cidadãos em todas as partes do globo, transformando curiosos em doadores e mobilizando recursos em tempo recorde.
Em muitos cenários de crise, a desinformação pode ser tão letal quanto o próprio desastre. Em 2023, pesquisas do Reuters Institute mostraram que 58% das populações afetadas em zonas de conflito tiveram acesso limitado a informações confiáveis, o que alimentou boatos sobre segurança de rotas de abastecimento e protocolos de evacuação . Uma estratégia bem planejada de comunicação social corrige esse quadro, ao veicular dados verificados de forma clara e humanizada, organizações reduzem em até 40% a propagação de fake news, índice medido em estudos internos de monitoramento de crises em campo.
Por fim, a agilidade na mobilização de respostas em função da comunicação adequada é inegável. Relatórios da Rede Global de Comunicações de Emergência apontam que campanhas digitais integradas, com uso de infográficos e vídeos curtos, podem reduzir em 20% o tempo médio de despacho de ajuda após um desastre . “Quando o público vê, em tempo real, imagens de equipes em ação ou depoimentos de quem recebeu socorro, cresce a demanda imediata por voluntariado e doações, acelerando o envio de suprimentos e o posicionamento de equipes no terreno, etapas cruciais para salvar vidas nos primeiros dias depois do evento humanitário.” finaliza a especialista Gabriella Vivere.