O cálculo econômico explica o fracasso do socialismo. Mises e Hayek revelam por que só o mercado livre pode gerar eficiência e progresso.
Em 1920, Ludwig von Mises publicou um dos textos mais impactantes da teoria econômica: o ensaio sobre o cálculo econômico no socialismo. Sua conclusão foi simples, mas devastadora: sem preços livres, não é possível coordenar a economia.
Por que o planejamento central não consegue substituir a liberdade dos mercados.
Em qualquer sociedade, os preços de mercado não são apenas números, mas sinais vitais que indicam onde estão os recursos mais escassos, quais bens são mais valorizados e onde o capital deve ser investido. Quando o Estado assume o controle total da produção e elimina a propriedade privada, desaparecem esses sinais. Sem preços livres, gestores centrais não conseguem saber se estão alocando recursos de forma eficiente ou desperdiçando riquezas.
Mises mostrou que, em um sistema socialista, o cálculo econômico se torna impossível. Como decidir se vale a pena construir uma ponte, abrir uma mina ou fabricar um novo produto, se não existem preços de mercado que expressem custos reais e valor percebido? O resultado é a má alocação de recursos, escassez de bens e serviços e, em última instância, o colapso econômico.
Friedrich Hayek, mais tarde, aprofundou esse raciocínio ao destacar que o conhecimento está disperso na sociedade. Nenhum planejador central, por mais inteligente que seja, pode reunir todas as informações que milhões de indivíduos possuem sobre suas preferências, recursos locais e oportunidades de produção. É esse conhecimento distribuído que torna os mercados livres tão poderosos.
A história confirma a tese austríaca. Experiências socialistas do século XX — da União Soviética à Europa Oriental — mostraram que sem preços de mercado a economia se torna ineficiente e incapaz de gerar prosperidade. Mesmo em países que tentaram modelos híbridos, como o Brasil em certas décadas, o excesso de controle estatal levou a inflação, desperdícios e atraso no desenvolvimento.
Conclusão
O cálculo econômico de Mises não é apenas uma crítica ao socialismo, mas um lembrete atemporal: sem liberdade de preços e propriedade privada, não há como gerar progresso sustentável. A economia é complexa demais para ser planejada por um comitê central. O caminho para a prosperidade continua sendo a liberdade individual, a concorrência e a criatividade empreendedora.
Bom trabalho e grande abraço.
Rafael José Pôncio, PROF. ADM.
