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quinta-feira, 31 de julho de 2025

Especialista fala sobre os principais desafios e benefícios do aleitamento materno 

Entre os dias 1 e 7 de agosto acontece a Semana Mundial do Aleitamento Materno, e para falar sobre a importância dessa prática, oferecemos como fonte qualificada sobre o assunto a Dra. Carolina Rittmeyer Arentz, médica pediatra do Prontobaby – Hospital da Criança e especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria, com formação em amamentação pelo Instituto MameBem.

No Brasil, a taxa de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses está em torno de 45,8%, de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) de 2021.  “A amamentação é um momento de vínculo único entre mãe e bebê, mas também pode ser desafiadora. Muitas mulheres enfrentam dificuldades logo nos primeiros dias e precisam de apoio e informação adequada”, afirma a médica.

O índice não alcança aquele preconizado pela Organização Mundial da Saúde (a meta estabelecida pela entidade é que, até o fim de 2025, pelo menos 50% das crianças de até 6 meses sejam amamentadas exclusivamente), mas representa uma vitória de um trabalho desenvolvido nos últimos 40 anos – em 1986, o percentual de crianças até seis meses exclusivamente alimentadas com leite materno mal chegava a 3%.

Se há meio século esses bebês eram amamentados, em média, por dois meses e meio, hoje a duração é de 16 meses, segundo dados do Ministério da Saúde. “O leite materno é um alimento completo, que protege o bebê contra infecções, fortalece o sistema imunológico e favorece o desenvolvimento cognitivo. Para a mãe, reduz o risco de câncer de mama e ovário, além de contribuir para a recuperação no pós-parto”, explica a Dra. Carolina Rittmeyer Arentz.

Além dos aspectos emocionais e nutricionais, diversos estudos reforçam os benefícios científicos da amamentação:

• Proteção imunológica: o leite materno contém anticorpos e substâncias bioativas que reduzem o risco de diarreias, infecções respiratórias, otites e outras doenças infecciosas na infância.

• Desenvolvimento cognitivo: um estudo brasileiro da Universidade Federal de Pelotas revelou que crianças amamentadas por um ano ou mais tiveram, aos 30 anos de idade, QI em média 4 pontos maior e renda cerca de 30% superior em comparação àquelas que foram amamentadas por menos de um mês.

• Redução do risco de câncer: segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, mulheres que amamentam têm até 26% menos risco de desenvolver câncer de mama e até 63% menos risco de câncer de ovário quando amamentam por períodos prolongados.

• Benefícios metabólicos para a mãe: cada ano de amamentação está associado a uma redução de 9% no risco de desenvolver diabetes tipo 2.

• Saúde mental: a amamentação também está associada à redução de sintomas de depressão pós-parto, por conta da liberação de ocitocina e do fortalecimento do vínculo com o bebê.

A pauta é uma excelente oportunidade para abordar o tema com profundidade e reforça a importância do suporte às mães durante esse período – tanto do ponto de vista emocional quanto científico e de saúde pública.

Autora:

Maria M. Figueiredo

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